O sexto episódio da Terceira temporada de Sessão de Terapia inicia-se com Theo em uma ligação para tratar da possibilidade de internação do filho recém diagnosticado como usuário de cocaína, possivelmente dependente. Mais uma vez, temos a trama de Theo se desenrolando paralelamente a algumas sessões – algo que trará consequências para seus atendimentos e suas posturas.
A segunda sessão de Bianca Cadore (Leticia Sabatella) foi nessa segunda, dia 11 de Agosto. Em sua primeira sessão com Theo, Bianca relatou algumas das suas questões com o marido. Em especial, o fato de amá-lo tanto, a ponto de suportar o que ela chama de “tudo”. Aquele Episódio não só introduziu a complexa personagem como trouxe diálogos memoráveis.
E neste episódio não é diferente – A frase que permeia o discurso de Bianca é “você já se apaixonou de um jeito tão forte que acabou perdendo o controle?”, e não só dá o tom perfeito para a personagem como sugere seu descontrole emocional e sua dependência afetiva insana que a permite se subjugar ao marido, suportando tudo – e se em sua primeira sessão já havia insinuações que ela sofria violência doméstica, o episódio já destaca a questão através da mão enfaixada com que ela chega ao consultório de Theo. Dando uma desculpa qualquer para aquilo que está bem visível e aparente (como é comum em alguns casos do tipo), apenas no fi
nal que Theo questiona o machucado, confrontando diretamente Bianca sobre a agressão que ela se submete. Ainda que de forma contundente, o roteiro nunca deixa a personagem assumir isso – algo que certamente será um dos motes de sua caminhada clínica.
A trilha sonora, que alterna pontuações de trilha diegética, com os barulhos característicos do transito de São Paulo, incluindo ai helicópteros, e uma trilha não diegética, aquela que funciona como suporte subjetivo aos sentimentos e inserções dos personagens em suas emoções. No momento em que Bianca rememora a história de seus pais, as sinceras lágrimas que escorrer do rosto de Letícia Sabatella servem muito além de um artifício para nos comover, mas ilustram a vulnerabilidade desse ser totalmente fragilizado e perdido na ilusão de um relacionamento seguro, em um amor que parece ser uma proposta de vida subjulgadora. Será que Bianca tem medo de viver uma vida sua (com base na perda brusca e horrorosa que vivenciou), precisando ancorar-se nos papeis de esposa e mãe? Em determinado momento da sessão, ela cita que seus pais viviam para ela e para o irmão.
Aguardemos os próximos capítulos.