Tão confuso e louco como o filme, o Clube da Luta, do autor americano Chuck Palahniuk, é uma voz as nossas vontades e desejos mais sombrios e escuros.
“A primeira regra do clube da luta é que você não fala sobre o clube da luta.”
A história é um dos clássicos do cinema e o livro não poderia ficar de fora. Não muito diferente, o livro narra a conturbada vida de um homem com a vida estável, emprego bom, um apartamento de luxo e uma vida agitada viajando a trabalho. Porém, uma pessoa infeliz. Sofrendo de insônia, ele frequenta os grupos de autoajuda e se alimenta dos sofrimentos dos outros para conseguir tirar algo de bom dele, não que isso funcionasse. Até que um dia ele conhece Tyler, um homem totalmente ousado, atrevido e ganancioso, que estaria disposto a matar qualquer um para vencer.
Como falei anteriormente, a história trabalha justamente com o lado obscuro das pessoas. Aquele desejo que somos obrigados a deixar de lado se não iremos parar no fundo do poço. Em Clube da Luta o leitor é levado a refletir sobre suas vontades e atitudes, afinal nem tudo que reprimimos necessariamente irá nos trazer mal, ou irá? Depende do que desejar. Além disso, o livro abre uma válvula para escape para as nossas raivas. O homem por si só é nutrido de raiva e, por esta razão, o clube da luta existe, uma forma de descontarmos todas as nossas frustrações em pessoas que também desejam isso. Mas como qualquer outra coisa que tem um lado sombrio, não dá muito certo.
“Se eu podia acordar em um lugar diferente em uma hora diferente, será que podia acordar como uma pessoa diferente?”
O livro é narrado em primeira pessoa do ponto de vista do personagem principal, o homem confuso que desejar chegar ao fundo do poço. Às vezes muito confusa, a narrativa viaja pelo pensamento do personagem, mesclando o que está acontecendo e com as comparações feitas pelo mesmo. É uma viagem que se o leitor não estiver focado na leitura irá se perder fácil, fácil. Ou seja, é um percurso de leitura que existe total concentração e mente aberta para o que está acontecendo.
Palahaniuk apresenta a mente do ser humano da forma mais louca possível que ela pode ser. Uma história bem construída e intrigante, Clube da Luta é um ótimo livro para quem curte coisas que mexem com nossas personalidades.
“Toda noite eu morria, toda noite eu nascia. ”