Duplo Eu Capa

Resenha: “Duplo eu”

"Um dia, ela percebeu que estava carregando o peso de uma segunda pessoa. Um duplo que teve de eliminar para sobreviver"

Mylla Martins de Lima
Mylla Martins de Lima
Estudante de Design de Animação, tatuadora, admiradora de todas as artes. Jogadora de LoL e leitora assídua.
3 Min Ler
Divulgação: Este site pode conter links de afiliados, o que significa que o Cabana do Leitor pode ganhar uma comissão se você clicar no link e fizer uma compra. O Cabana apenas recomenda produtos ou serviços que usamos pessoalmente e que acreditamos que agregarão valor aos nossos leitores. Seu apoio é apreciado!

Duplo eu é uma recente HQ publicada pela Editora Nemo, ilustrada por Audrey Laine e escrita por Navie, que, de forma brilhante, compartilhou em seu segundo trabalho, seus melhores e piores momentos na luta contra a obesidade.

- Anúncios -
Duplo Eu

Mentindo para si mesma e levando as pessoas próximas a crerem que, de fato, ela estava bem com sua aparência, Navie abre o seu coração e mostra a importância da transparência. Por se tratar de algo fora dos padrões impostos pela sociedade, a personagem encara duras críticas até mesmo de profissionais da saúde, o que dificulta a sua adaptação aos olhares alheios, culpando-se por ser quem realmente é.

“Que sentimento infernal, esse de ter a impressão de nunca ser boa o suficiente. Está constantemente nas nossas cabeças, como um diabinho que nos sussurra: ‘Você é uma merda’. Mas isso não nos impede de sorrir. Nem de fingir que está tudo bem. Manter as aparências é muito cansativo. Senti a necessidade de escrever este livro para mostrar a face oculta de um aparente bem-estar. Parece que somos nosso próprio inimigo. Parece que a gente tem que se cuidar, e que a bondade começa pelo olhar que lançamos a nós mesmos. Parece que precisamos comer cinco frutas e legumes por dia. Parece que é preciso ouvir o próprio corpo. Parece que não podemos ficar ao sabor do vento. Parece que precisamos perdoar. Parece que é preciso exercitar. Parece que é preciso se dar prazer. Parece que a vida é bela. Parece também que ela é dura. Parece que tudo em excesso faz mal, e que fumar mata. Parece que a gente está bem quando nasce e que todo o resto é um monte de besteira que a sociedade tenta impor. Parece que a gente faz o que pode. Parece que é beleza interior que conta. Parece que vai dar certo…Parece. Parece. Parece. Mas não é.”

Ao ser diagnosticada com “duplo eu”, uma segunda identidade que a conforta alimentando-a em situações difíceis, ela se sente mais aliviada por não ter de assumir toda essa culpa do desequilíbrio alimentar sozinha. Ainda com o peso na consciência, Navie não se dá por vencida e começa a se exercitar até que este duplo se desfaça, e ela consiga seu sonhado resultado.

- Anúncios -

Impossível não se emocionar com a história de vida da autora, acompanhada de uma ilustração simples e de sensibilidade incomum. Livro de importância maior para quem busca aceitação do próprio corpo, mas também excelente leitura para quem gosta de ser solícito à terceiros ou busca um belíssimo drama.

Compartilhe este artigo