Crescer não é uma tarefa fácil e Franjinha que o diga. Nossos gostos e sonhos mudam constantemente até encontrarmos nossas verdadeiras paixões. É um processo onde vemos a nós mesmos e nos encontramos e, finalmente, nos tornamos quem realmente queremos ser. Vitor Cafaggi volta ao selo MSP, trazendo uma graphic novel sensível e deslumbrante acerca destes assuntos.
Em Franjinha: Contato o tradicional personagem Franjinha, no auge de seus 12 anos, vê que seus amigos já não tem os mesmos interesses que eles tinham quando eram menores. Assim, ele questiona se deveria continuar seguindo o seu sonho e a sua maior paixão: a ciência. Quando pensa em desistir de tudo e jogar todas as suas “parafernalhas” fora, ele recebe um chamado do rádio antigo de seu avô. Então, ele parte para esta aventura junto ao seu fiel companheiro: o cachorrinho azul, Bidu.
Segui o conselho de Sidney Gusman quando comprei a minha edição da história, ainda na Bienal do Livro. Quando a capa da graphic foi anunciada, lá no começo de maio, em seu Instagram, ele disse para não folhear antes de ler. Apesar da curiosidade, não folheei a história em nenhum momento, até terminar de ler. Realmente, é uma boa recomendação. É uma grata surpresa ir virando as páginas e descobrindo os lindíssimos quadros de Cafaggi. Alguns, de página inteira, enchem os olhos e fazem o leitor usar vários minutos para vislumbrar todos os detalhes.
A história é comovente, divertida e sensível, trata do amadurecimento de seu personagem principal de forma poética e deliciosa de se acompanhar.
A ciência, ponto importantíssimo da história, também é levada muito em consideração em sua construção.
Ela é celebrada nesta graphic novel até na escolha do autor do texto de quarta capa, Átila Iamarino, um grande divulgador de métodos científicos. Aliás, a escolha de trazer um Doutor em Ciência para escrever o texto de quarta capa só mostra o carinho e o cuidado que foi tido com esta história.
É interessante ver também o crescimento dos outros personagens, que, de certa forma, acompanham o crescimento do próprio protagonista, à sua própria maneira. São pinceladas sutis, mas que transparecem a transição entre a infância e a adolescência dos amigos do Franjinha.
Sem dúvidas, Franjinha: Contato é uma história envolvente e inspiradora. Vitor Cafaggi voltou ao selo MSP com o pé direito, encantando quem lê a sua nova história.