Heróis e vilões… bem e mal… palavras utilizadas para distinguir personagens fictícios e/ou pessoas reais, de acordo com as suas ações, sejam em pró de si mesmos ou de outros indivíduos. É notório que o leitor deva se lembrar de muitos exemplos que se encaixariam nessa situação, como o Superman da DC Comics ou o Thanos da Marvel Comics, ambos, mundialmente conhecidos por suas atitudes, boas ou ruins. Agora imaginem se eles “trocassem” de lugar?
Essa é premissa do universo da obra de Mark Waid, lançado pela Editora Devir, que une os títulos Imperdoável e Incorruptível, os quais mostram através de seus volumes, uma grande mudança no mundo, onde o maior herói (Plutoniano) se torna um terrível vilão, enquanto um famoso supervilão (Max Destrutor) se converte na última esperança da humanidade.
Se anteriormente, a Cabana do Leitor trouxe aos leitores a perspectiva de Plutoniano através das resenhas publicadas, desta vez traremos o ponto de vista de Max, o supervilão que após um encontro inesperado resolveu mudar de lado e de valores morais. Mas será que tal transição seria realizada facilmente?
Infelizmente a resposta é não, pois logo nos primeiros capítulos de Incorruptível Vol.1, vemos a força que o passado de Max tem perante as pessoas que duvidam de sua mudança “repentina”, principalmente seus antigos aliados ao questionarem a razão de tal atitude. Apesar de tal dúvida, o leitor percebe no decorrer da narrativa, que ele está realmente disposto em cooperar e lutar para se tornar alguém melhor, como provado em seus atos heroicos para salvar Jailbait e muitos outros cidadãos.
Se no primeiro volume, presenciamos o início da luta de Max Destrutor para “endireitar” a si mesmo e a cidade, em Incorruptível Vol.2, vemos o novo “herói” se aprofundando nas mazelas da cidade, indo atrás de velhos companheiros a fim de ajuda ou de inimigos, para eliminar qualquer um que possa atrapalhar sua jornada.
Independente de qual seja o seu destino final, o leitor se vê atraído pela história do protagonista, feita por Mark Waid, ao lado dos artistas Jean Diaz, Horacio Dominguez e Marcio Takara, que juntos conseguem unir um roteiro simples, mas bem estruturado, com ilustrações originais, os quais mostram um mundo em que os valores de bem e mal, estão diferentes daqueles habituais em nosso cotidiano.
Portanto, mais que uma história em quadrinhos, Waid e todos os artistas envolvidos, trazem na obra Incorruptível, uma quebra do padrão de bom e mau, em que um vilão pode sim, se tornar um ‘mocinho’, mesmo que todos duvidem de suas atitudes; sem contar que deixa a todos instigados para o que ocorrerá com Max. Será que ele se manterá firma no caminho da bondade? Ou voltará aos velhos hábitos?