Titulo: Como Viver Eternamente
Autor: Sally Nicholls
Editora: Geração
O que você pode esperar de um livro que foi recebido “ao acaso”, com uma carta citando os “cinco motivos para você conhecer esta historia” e um pacotinho de lencinhos de papel escrito: “tinha certeza de que precisaria de um desses…”? Pois é!
“Como viver eternamente” me ganhou a partir do momento que li sua sinopse. Sam é um garotinho de 11 anos que tem leucemia, e, como ele mesmo diz, “você nunca está totalmente curado, ela sempre volta”, e já era a terceira vez que ela se manifestava em Sam.
O livro é como se fosse um pequeno caderno de anotações do Sam, onde ele anota coisas que ocorreram no seu dia a dia, compartilha suas angústias, medos, tristezas, alegrias e decepções. Fora uma ideia de sua professora, Sra. Willis, a de escrever o livro. O menino é feliz, apesar de tudo, e pela pouca idade, podemos perceber o quão inteligente ele é.
Sam tem um amigo, Felix, que também está doente (embora no livro ele não especifique a doença). Felix é o oposto de Sam: reclamão, briguento e mau humorado. Não consegue entender o por que de seu amigo ser tão positivo quando está quase morrendo, por isso esta sempre desafiando Sam ou fazendo o garoto mudar de ideia. Mas, apesar de tudo, Felix é um bom menino e ajuda Sam a realizar seus últimos desejos.
Sam resolveu escrever um livro porque queria que as pessoas lembrassem dele. Ele me ensinou muita coisa, me emocionou, me cativou. Claro que o menino não pensa positivo sempre, afinal, ele é uma criança que quer entender o por que de estar doente, como ele mesmo escreveu no caderninho:
Por isso o garoto tem crises nervosas e briga com sua família algumas vezes, o que é totalmente compreensível. A mãe de Sam parou de trabalhar para cuidar dele, e o menino entende tudo o que ela já fez por ele, muitas vezes ele descreve o fato de ter mudado tudo na vida dos pais. O pai dele, pelo contrário, prefere não falar sobre a doença do filho, se esgueira pelos cantos e prefere ficar sozinho, calado.
Não há muita coisa para falar sobre o livro, visto que soa como um diário do garoto mesmo, parece infantil, mas não é; acredite, Sam me ensinou muita coisa que jamais esquecerei. Ele não desistiu, lutou ate o fim. A leitura é rápida e flui com muita rapidez, visto que os “capítulos” são curtinhos e Sam não nos deixa parar ate terminarmos de fato a leitura.
Sam tem medo de morrer, expressa todo o medo no seu livro, tem medo de ser esquecido, de esquecer, por isso observa ao máximo as pessoas ao seu redor, para ter certeza de que não irá esquecê-las. Às vezes eu tinha vontade de entrar literalmente na vida de Sam, abraçá-lo, acariciá-lo, simplesmente ficar com ele, sabe? Ele acabou se tornando parte de mim, pelo fato de ter me ensinado tanto com pouquíssimas palavras.
Tentei ao máximo fazer uma resenha sucinta (sem muito sucesso, claro haha), mas arrisco dizer que “Como viver eternamente” foi o melhor livro que li este ano, e um dos melhores que já li na minha vida. Obrigada Geração Editorial por ceder esta obra incrível! E obrigada Sally Nicholls, por dar vida a um garotinho de 11 anos que me ensinou muita coisa.
Sam não ensina como viver eternamente no seu livro. Sam nos ensina de fato como viver cada instante como se fosse o ultimo, através de suas experiências de vida.
Quote:
“Eu também dormia, sentindo-me confortável no ninho da minha família, mas era como se estivesse do lado de fora de mim mesmo. Assistia a mim mesmo dormindo, de cima. Não havia luzes brilhantes. Não havia anjos. Somente papai, mamãe e Bella (irmã de Sam), todos dormindo na cama grande comigo, e ao mesmo tempo eu estava acima deles, observando, enquanto eles ficavam cada vez menores e distantes”.