Esta matéria pode conter spoilers
A segunda obra do autor no selo Tsuru da Editora Devir, Sunny é um mangá seinen escrito e ilustrado por Taiyō Matsumoto.
No primeiro volume, a obra retratou o dia-a-dia de um grupo de adolescentes que residem em um orfanato no Japão. Escondidos com um semblante de piadas e ironias, estas crianças mostram os sentimentos mais puros sem muitas palavras. Caso se interesse pela resenha do primeiro volume, basta clicar aqui.
Já neste segundo volume, ainda seguimos a vida das crianças, com seus medos e receios disfarçados de piadas e desobediência, mas adentramos a fundo várias das problemáticas que o orfanato recebe.
Começamos o volume com Haruo, Sei e Junsuke aprontando com a criação de porcos do vizinho. Mesmo com o incentivo do Haruo de soltar os porcos, começamos a sentir, mais uma vez, o afastamento do Sei. Em como ele participa de certas situações pelo apreço de não estar sozinho. Isso fica claro quando ele mesmo decide tornar um porco fugitivo solitário como amigo.
Por outro lado, também temos a vinda inesperada do pai de Haruo e a despedida da Kii-chan. Estes dois acontecimentos colocam outros sentimentos na mesa.
Com Haruo, temos a necessidade da atenção. O pai dele expressa o ser livre, sem se preocupar com consequências da vida… Alguém que o filho quer se tornar, mas se olharmos para um olhar adulto, percebemos que seu pai, na verdade, é um nômade pobre, que não se importa onde dormirá no dia seguinte. Trazendo situações de possível perigo para o próprio Haruo.
Já com a Kii-chan, a pequena é aceita de volta ao seu lar e isso desperta o sentimento de felicidades por muitos, mas sua melhor amiga Megumu não se sente assim. Pra ela, ela perderá sua melhor amiga, sentindo-se triste e egoísta. Megumu não quer voltar aos seus pais, ela quer viver para sempre com seus amigos. Substituindo totalmente a família tradicional e abraçando a nova família que a vida a forçou a ter.
De forma geral, Sunny volume 2 segue com maestria o primeiro volume. Aqui adentramos ainda mais nos sentimentos das crianças e dos adultos, e como é posto esse peso nas costas de cada uma das crianças. Suas reações, seus medos, suas dúvidas, tudo um reflexo da situação imposta pelos seus pais. Como o afeto “afeta” diretamente em suas personalidades e no que eles se tornarão no futuro.
Sunny se tornou uma leitura essencial para o leitor não só de mangás, mas para todos aqueles que decidirem se aventurar nesse mundo amargo, porém bonito, que a obra tem a nos oferecer.