Folclore, conjunto de expressões culturais representativas de uma determinada comunidade, o qual através de suas coletâneas artísticas e literárias englobam particularidades provenientes da identidade regional da população.
Notoriamente que muitos já devem ter ouvido ou lido a respeito de pelo menos um dos personagens dos contos folclóricos brasileiro, como Iara, Curupira, Lobisomem, Boitatá, Saci-pererê, entre outros; uma vez que ao longo dos anos, diversas produções adaptaram as histórias destas icônicas lendas nacionais, como por exemplo, algumas publicações da Turma da Mônica que mostram o quanto os aspectos culturais populares do Brasil, ainda estão presentes em meio a uma era de computadores e videogames.
Mas será que existe um lado sombrio dessas narrativas? Logicamente os mitos brasileiros não ficariam de fora desta premissa, uma vez que se a moeda possui duas perspectivas, deve de ter uma obra que aborde esta face “tenebrosa” dos personagens.
E é isto abordado em Teatro do Pavor, uma antologia nacional publicada pela Editora Skript, que traz artistas de todos os estilos e lugares, em 14 histórias inéditas, os quais através de suas páginas preto e branco apresentam um novo lado do nosso Folclore.
Há de se pensar, que por se tratar de breves contos, com ilustrações e cores num tom obscuro e melancólico, o leitor perderia o interesse no decorrer da leitura, contudo, o que se vê é o total oposto, uma vez que com características e traços únicos, os artistas transmitem muito além do terror; eles levantam questões como desmatamento, destruição da cultura indígena e dos animais, sem contar do assédio e violência contra a mulher.
Logo, mais que uma abordagem assustadora, diferente do habitual e inofensivo, o Teatro do Pavor, é uma obra marcante, no qual através de suas narrativas curtas, somadas as ilustrações marcantes, consegue chocar e amedrontar os leitores de todas as idades, com a evidência de que a realidade chega a ser mais cruel e bárbara, que o sobrenatural das lendas folclóricas brasileiras.