Nada é para sempre, pois independente de quão boa seja a fase atual da vida, todos estão sujeitos a mudanças, para o bem ou o mal, dependendo apenas de suas atitudes realizadas no presente. Tal premissa é clara no título Torpedo 1972, que conta com roteiro de Enrique Sánchez Abulí e artes de Eduardo Risso, o qual foi lançado no Brasil pela JBraga Comunicação.
Atenção: os parágrafos a seguir podem conter spoilers.
A obra é basicamente uma continuação da narrativa de Torpedo 1936, o qual apresentou o polêmico assassino de aluguel, Luca Torelli, em seu auge no submundo de Nova York nos anos da Grande Depressão. Todavia, anos depois, temos uma nova história em que exibe o controverso personagem não tendo mais o porte e a presença que tinha em sua juventude, uma vez que agora tem sessenta e poucos anos de idade, e está “fora dos negócios”.
Mas será apenas isso? Uma narrativa de mudanças? Com toda a certeza não, pois apesar de Abulí e Risso mostrarem, assim como deixarem explicito no prólogo do título, a precariedade em que Torelli e seu subordinado Rascal vivem, vemos que eles não perdem a oportunidade de “conseguir uma grana”, vendendo fotos e até mesmo informações valiosas do passado sujo da cidade. O que não esperavam é que uma “venda recente” pudesse ocasionar problemas graves aos dois, que os fizessem voltar a ativa.
Dessa forma, ‘Torpedo 1972’ é uma obra com ilustrações peculiares que fogem do habitual, mas que somadas ao roteiro, trazem uma história simples que prende a atenção, fazendo o público imaginar se esse será o pontapé inicial para Luca Torelli voltar a deixar sua “marca” conhecida pelas ruas de Nova York.
Importante salientar que essa obra, assim como outras da editora, são indicadas para o público adulto devido a violência e as insinuações de sexo contidas nos quadrinhos.