Como teremos, este ano, o privilégio de assistir a adaptação nas telonas de um dos livros mais comentados e queridos em todo o mundo, O Assassinato do Expresso do Oriente (veja o trailer abaixo), da autora Agatha Christie. Nós do Cabana do Leitor, pelo menos a área de livros do site, decidimos fazer especiais, contando um pouco sobre os livros fantásticos dessa mente brilhante, conhecida em todo o mundo como a rainha do crime. A autora nasceu em 15 de setembro de 1890, e como hoje ela estaria completando 127 anos, falaremos um pouco sobre os livros dela para vocês, os que vamos ler em breve, pois são muitos que não tivemos a chance de ler ainda e os que já lemos, aproveitaremos para indicar e resenhar. Porque falar dos livros da Agatha nunca é demais. Esperamos que gostem!.
E vamos começar falando hoje de outro livro grandioso da autora, pois deixaremos para falar de O assassinato no expresso do Oriente lá para novembro, que é quando o filme estreará no cinema.
Para quem não conhece, Agatha Christie é uma escritora britânica que atuou como romancista, contista, dramaturga e poetisa. Se destacou no subgênero romance policial, ganhando popularmente, em vida, a alcunha de “Rainha/Dama do Crime” (“Queen/Lady of Crime”, no original em inglês). Durante sua carreira, publicou mais de oitenta livros, alguns sobre o pseudônimo de Mary Westmacott. Ela criou o detetive Belga, Hercule Poirot.
Hercule Poirot ou simplesmente Poirot é um grande detetive fictício e protagonista da maioria dos livros da autora, comparável apenas a Sherlock Holmes, famoso detetive da ficção policial e aparece em mais de 40 romances de Agatha Christie.
Para quem já leu algum livro de Agatha, entende muito bem a razão de a autora ser considerada a rainha. Suas tramas são intrigantes, inteligentes, geniais e intrincadas. Os mistérios são bem construídos e todas as histórias são muito bem resolvidas. Acontece que para ler algum livro dessa autora, é necessário observar todos os detalhes, pois cada trecho é fundamental para o desfecho da história.
O livro, Treze à Mesa, tem tudo o que eu disse acima. É intrigante, inteligente e muito genial. Toda a trama é formulada e, claro, tem como intuito nunca nos dizer, ao longo da história, quem é o assassino no final, até porquê todo mundo é suspeito, pelo menos, nos livros da autora. Todos têm uma razão para matar a vítima, que nesse caso, é Lorde Edgware e, mesmo que você desconfie de um, que tem uma razão mais forte para matá-lo, outro também tem um motivo e assim a história vai acontecendo.
Treze à Mesa foi publicado pela autora ainda no ano de 1933 com o nome original de Lord Edgware Dies. Narrado em primeira pessoa pelo capitão Hastings, que ficamos sabendo de toda a trama acompanhando sua visão e impressão dos fatos, das atitudes tomadas pelos personagens nos dando pistas pelas suas observações e nos desviando sem querer do assassino, afinal, Hasting não é como Poirot que percebe os mínimos detalhes importantes de todos os acontecimentos.
Poirot e Hastings vão a um teatro londrino assistir à apresentação do espetáculo da atriz americana, Carlotta Adams, que fazia muito sucesso nos palcos ingleses, devido as suas imitações e representações impecáveis, mas que também tinham um tom humorístico. Carlotta encenava várias peças de curta duração – que terminava com a imitação de pessoas famosas do cinema, inclusive Jane Wilkinson, que também carregava o nome de Lady Edgware, outra atriz de grande fama entre os ingleses e que, por coincidência, se encontrava na plateia assistindo a encenação na companhia da estrela também em ascensão, o ator Bryan Martin. Hastings fica surpreso ao notar a presença de Jane e por a atriz assistir à peça de Carlotta de uma forma humorada.
Tudo transcorre tranquilamente. Após a peça de teatro, Hasting e Poirot vão jantar no restaurante Savoy onde encontram também Carlotta Adams e Jane Wilkinson no mesmo ambiente. Coincidência? Não totalmente. Acho que isso não existe nos livros de Agatha. Então, Jane interrompe o jantar de Poirot, como toda atriz acha que deve fazer por ser famosa, e os convida para jantarem em seu quarto e, claro, convida Carlotta também para fazer parte deste grupo seleto.
Jane é uma personagem que pensa apenas em si e esquece do mundo. Tudo deve girar em torno dela e do que ela fala. É uma personagem esperta e, às vezes, se mostra inteligente e outras vezes, não. O que é estranho, não é? Nesta noite, ela faz um pedido inusitado a Poirot, algo que ele jamais fez, mas havia algo que o intrigava nessa história toda. Jane Wilkinson queria se separar de Lorde Edgware que não queria dar o divórcio de jeito nenhum e incube Poirot dessa tarefa.
Poirot, é claro, fica intrigado com algo nessa história e aceita ajudar a atriz, mostra a ela que pode ser manipulado com sua beleza e deixa-a no comando. Ao meu ver, parece que ele espera que algo deve acontecer, ou pelo menos, é o que sente e por isso se deixa influenciar por Lady Edgware que, em certo momento, fala de como o atual marido é ruim e que não quer mais ficar presa a ele, pois se apaixonou por outro e que ele é tão ruim, que duvida que Poirot irá convencê-lo de dar a ela o divórcio e, seria mais fácil matá-lo e descreve como faria. Mas todos acham que ela fala da boca para fora e mudam de assunto, até a noite acabar e todos irem embora.
Poirot está decidido a ajudar a atriz e consegue falar com Lorde Edgware, um homem inescrupuloso, mas que recebe Poirot em sua casa muito bem. A conversa é rápida e Lorde Edgware surpreende Poirot dizendo que vai se divorciar de Jane e que já havia enviado uma carta para ela, há 6 meses, a informando. Isso intriga ainda mais Poirot. Ele e Hasting ao sair, vão logo dar esta informação a Jane, que fica imediatamente feliz.
Poirot volta para casa, ao lado de Hasting, com a pulga atrás da orelha. O que aconteceu com a carta que Lorde Edgware enviou para Jane Wilkinson? Alguém não queria que Jane recebesse aquela carta?
E então, algo surpreendente acontece. Lorge Edgware é assassinado e Jane Wilkinson é suspeita, pois ela visitara o futuro ex-marido pouco antes de morrer, entretanto, Jane afirma, e há provas, que estava em outro lugar no momento do assassinato e não havia motivos para ela querer matar o marido já que ele aceitou lhe dar o divórcio, não é? E então Poirot se vê envolvido, novamente, em um caso completamente misterioso.
Treze à mesa é, sem duvida, mais uma obra prima de Agatha Christie. É um livro que nos faz imaginar um milhão de possibilidades e desconfiar de todo mundo, afinal, todo mundo é suspeito. Não é a toa que a chamam de A Rainha do Crime.