O ano é 1887, a cidade é Londres, o endereço é Baker Street 221B e o nome é Sherlock Holmes, um dos mais icônicos personagens de toda a literatura britânica. Descrito pelo seu fiel companheiro; o também conhecido Dr. Watson (ex-oficial médico do exército), o detetive mais famoso da história que não possui conhecimento notável em literatura, filosofia, astronomia e política, mas que em contrapartida possui habilidades em química, anatomia, literatura sensacionalista e sobre as leis inglesas, além de tocar violino e ser perito em esgrima e boxe, o que certamente contribui para seus feitos. Publicado originalmente em forma de brochura em 1887, o romance “Um estudo em vermelho”, criado pelo médico e também escritor Sir Conan Doyle, é narrado a partir da perspectiva de Watson e nos mostra como foi o encontro dos dois e o primeiro caso em que trabalharam juntos.
Em uma época de recursos científicos escassos, a astúcia de Holmes é sua principal ferramenta de investigação. Com seu poder de observação fora do comum, ele é capaz de captar detalhes nas cenas criminais que passariam despercebidos mesmo para os peritos mais experientes, e que acabam por se revelar as chaves para os mistérios em que o excêntrico detetive se envolve. Logo nas primeiras páginas do livro, o leitor se depara com uma cena incomum, onde o corpo de um homem é encontrado em uma casa abandonada logo após cometer suicídio por envenenamento. Sem obter sucesso em sua investigação, os peritos da polícia procuram então a ajuda do Sr. Holmes, que leva Dr. Watson como seu assistente. Na casa onde o corpo foi encontrado, indícios levam a crer que a morte em questão se deve a motivação política. A cada página que folheamos, descobrimos uma história recheada de vingança, astúcia e reviravoltas que teve início muitos anos antes em Utah, Estados Unidos, e que o detetive prontamente desvenda.
Além de terem sido adaptadas para o cinema, as histórias de Sherlock também viraram uma série de televisão pela BBC em 2010, estrelada pelo talentoso Benedict Cumberbatch como Holmes. Naturalmente, os contos sofreram grandes adaptações para a Londres moderna. Os cabriolés foram substituídos por táxis e o icônico cachimbo de Sherlock se transformou em adesivos de nicotina. Mesmo com toda a tecnologia disponível, Sr. Holmes se mostra astuto e faz uso de sua “lógica dedutiva”; tendo sido sua criação, em cada crime misterioso que investiga. Desde o primeiro episódio, “Um estudo em rosa”, onde o detetive procura a relação entre suicídios misteriosos, podemos observar uma série de recursos visuais, tal como o “time-lapse”- o que acaba por deixar a série com um ar até divertido, mesmo em meio a assassinatos.
Sherlock pode até ser definido como uma espécie de anti-herói, arrogante e racional, movido pela curiosidade e não pelo senso de justiça, mas certamente nos diverte e proporciona um mergulho no universo de crimes da Londres de outrora. Elementar, meu caro leitor.