E estamos aqui de volta mais uma vez para falar de marsupiais e frutas Wumpa, mas dessa vez fazendo o Review de Crash Bandicoot N Sane Trilogy, remake da trilogia original lançado em Junho de 2017, desenvolvido pela Vicarious Vision.
Como já dito no Review de Crash Bandicoot 4: It’s About Time, ambos reviews serão complementares, portanto fique a vontade para ler àquele também e saber um pouco mais da saga, assim como quais as diferenças temos em relação ao jogo 4 da série.
Como aqui nós temos 3 jogos em um, iremos trabalhar o review falando da história e particularidades de cada jogo em separado, porém antes vamos falar um pouco sobre aspectos gerais que envolvem os 3.
A primeira grande questão que nos chama atenção no Remake são seus gráficos. Com os jogos originais tendo sido lançados entre 1996 e 1998, é claro que poderíamos esperar uma melhora estrondosa, mas o trabalho da Vicarious Visions é simplesmente sensacional. Os personagens e cenários são maravilhosos em N Sane Trilogy. Aqui não contamos com o estilo cartunizado de It’s About Time, porém todos os personagens passam por efeitos que os deixam com aspecto de “peludinhos”. Além disso, como as câmeras são mais próximas e os ambientes mais fechados, os cenários no geral possuem menos coisas acontecendo ao mesmo tempo do que em Crash 4, porém as que acontecem recebem bem mais detalhes, tendo rachaduras nas pedras, água bastante realista, entre outros.
A trilha sonora do jogo é maravilhosa e é praticamente idêntica a original, na verdade, só é possível perceber as diferenças, que são mínimas, em vídeos comparativos. Isso é ótimo pois traz todo o sentimento de nostalgia junto com músicas que são muito gostosas de se ouvir e ficam na cabeça. Em relação a falas e vozes, apesar do texto se manter igual ao original, toda a dublagem do jogo foi refeita com novos dubladores, trazendo uma melhora significativa na qualidade dos diálogos e das emoções passadas pelos personagens. Apenas explicando para não deixar margem para dúvidas/confusão, infelizmente o jogo não é dublado e nem legendado em português.
O remake também teve uma série de pequenas mudanças focadas em melhorar a experiência do jogador através dos títulos, como a adição de dicas que te indicam como conseguir gemas e/ou algo especial de uma fase durante a tela de carregamento, a adição dos Time Trials em Crash 1 e 2, antes presentes apenas em Warped, adição de uma fase originalmente excluída de Crash 1 e uma fase 100% nova em Crash 3, todos os jogos contam com salvamento automático (Porém ainda existe a opção de se fazer o manual, existindo 3 espaços diferentes para salvar o jogo), e a maior e melhor de todas sem dúvida é a adição de Coco, a irmã mais nova de Crash, como personagem jogável em todos os jogos, sendo uma cópia exata de Crash com os mesmos movimentos. Coco pode ser liberada e utilizada nas fases em Crash 1 e 2 após vencer o primeiro chefe, enquanto em 3 ela está presente desde o início. Infelizmente não é possível usar ela para enfrentar chefes, sendo essas fases exclusivas de Crash. Como no total são muitas mudanças em relação aos jogos originais, não colocarei todas aqui, porém fica essa lista (infelizmente em inglês) que contém todas caso seja do interesse de alguém ler.
Explicado esses detalhes gerais, podemos passar e falar de cada um dos jogos em si!
Crash Bandicoot
Crash Bandicoot mostra tudo que precisamos saber da história logo em sua Cutscene inicial. Aqui nos é apresentado o vilão Neo Cortex e seu assistente Nitrus Brio, que estão em seu castelo fazendo experimentos em diversos animais para formar um exército para dominar o mundo. Cortex deseja que Crash seja seu general, porém a máquina que deveria transformá-lo no ajudante supremo de Cortex falha, e assim o protagonista foge. Os vilões então aproveitam que têm capturada Tawna, a namorada de Crash, para atrair o herói de volta para eles. Dessa forma, Crash precisa viajar ao longo das Ilhas Wumpa derrotando inimigos aliados de Cortex para voltar ao castelo e tentar salvar Tawna.
Com uma história bem simples, Crash 1 se destaca por ser um jogo extremamente difícil. Me lembro que quando criança nunca cheguei a terminá-lo e portanto era o que eu menos gostava dos 3. Porém tenho que dizer que isso mudou jogando agora mais velho, e que tenho bastante carinho pelo título.
Para enfrentar os desafios, Crash/Coco é capaz de Pular e usar um giro como golpe rotatório. Essas são suas únicas armas para enfrentar seus inimigos, que com apenas um toque o matam. Existe uma variedade de inimigos bastante grande, alguns só podem ser derrotados pulando em cima, outros girando, outros podem ser usados como trampolim para chegar em locais mais altos, etc. Para lhe ajudar com os inimigos, ao longo das fases é possível encontrar Máscaras de Aku-Aku, mentor e amigo de Crash/Coco. Ao conseguir uma máscara Aku, ela se torna como um escudo que ia absorver o próximo dano que sofrer. Caso consiga uma segunda máscara já tendo uma, ela vai mudar de cor, representado que agora será capaz de segurar um dano a mais. Caso consiga uma terceira máscara, Crash/Coco irá colocar a máscara, a música de fundo mudara, e por algum tempo o jogador estará invulnerável, destruindo todos os inimigos que encostar, tal como uma estrela de Super Mario.
Além disso, ao longo das fases é possível encontrar Frutas Wumpa, que a cada 100 coletadas fornece uma vida extra para o jogador, e diversos tipos diferentes de caixas que podem (e devem) ser destruídas. Entre essas temos: Caixas normais que fornecem uma fruta Wumpa ao ser destruída; caixas de ponto de interrogação oferecem uma quantidade aleatória de frutas; caixas de vida que darão uma vida extra, porém só podem ser adquiridas uma vez por fase. Caso o jogador morra e volte num checkpoint anterior a uma caixa de vida que já foi pega, ela se tornará uma caixa normal; Caixas de Checkpoint, nas quais o jogador retornará a elas caso morra; e caixas TNT, que quando puladas em cima começa uma contagem regressiva de 3 segundo, ao fim do qual explodem, podendo matar Crash/Coco caso estejam muito próximos da explosão.
Ao quebrar todas as caixas de uma fase, é possível obter uma Gema. Além disso, algumas fases contém Gemas Coloridas que para serem obtidas o jogador não apenas deve quebrar todas as caixas, como também não morrer ao longo do estágio. As Gemas Coloridas liberam caminhos secretos em outras fases para ser possível destruir todas as caixas das mesmas. Caso o jogador consiga coletar 26 Gemas, na penúltima fase do jogo elas irão liberar um caminho alternativo para o jogador encontrar e salvar Tawna.
Para escolher a fase, em Crash 1 nós temos a nossa disposição um mapa seletor das Ilhas Wumpa, que muito provavelmente serviu de inspiração para o Mapa Dimensional de Crash 4. A parte legal do mapa seletor é que ele já nos dá uma ideia da temática da fase que enfrentaremos. Aqui nós teremos estágios em florestas densas, dentro de templos inspirados nos Astecas, dentro de vilas tribais, no alto de montanhas, invadindo fábricas de Neo Cortex, e por fim as fases do Castelo do vilão. O lado negativo do mapa é que acaba demorando muito para voltar em uma fase desejada caso ela esteja muito longe da atual na qual o jogador está.
Como já dito antes, Crash 1 é difícil. O jogo, do gênero plataforma misturando 2D com 3D, muitas vezes exige que o jogador faça pulos rápidos e precisos, porém, algo que podemos elogiar em toda a saga, inclusive (e principalmente) em Crash 4 e não foi comentado no review anterior, é que a qualidade do Design de Nível é espetacular. Nenhum desafio novo é posto sem você ter a chance de enfrentá-lo em uma situação fácil antes. Se um inimigo é novo, normalmente ele estará em um local fácil de ser abatido, antes de começar a aparecer em locais difíceis. A mesma regra vale para armadilhas do cenário. Ao longo das fases nós podemos encontrar 3 Tokens de Tawna, e caso se consiga coletar os 3, será possível entrar no Bônus da fase. O bônus normalmente é um segmento mais fácil onde o jogador pode coletar caixas, frutas e vidas. Além disso, algumas fases possuem também Tokens de Cortex e de N. Brio, que quando coletados os 3 também liberam um novo segmento bônus. Os bônus dos vilões, por sua vez, são bem mais difíceis e compostos principalmente por caixas de TNT, sendo na verdade Puzzles que os jogadores precisam resolver sobre como ir de um lado para o outro e completar o bônus, e não apenas “acerte esse pulo absurdamente difícil”. Outra marca do bônus dos vilões também é que normalmente eles oferecem uma grande quantidade de vidas para serem obtidas. Isso é algo importante salientar em Crash 1: Apesar de o jogo ser difícil, existem fases que permitem facilmente que o jogador fique farmando vidas para ter uma grande quantidade a sua disposição.
Se as fases são difíceis, as lutas contra chefes no geral são bastante fáceis, com padrões bastante simples. O único chefe que mostra um desafio maior é a luta final contra Cortex. Isso não quer dizer que as lutas não sejam divertidas.
Algo que podemos criticar em toda a trilogia mas que é mais sentida em Crash 1 é que em algumas fases é muito fácil de se pular no buraco ou em um inimigo por confundir sua posição devido a profundidade 3D. Por exemplo, existem trechos de fases onde o Crash deve se mover de forma 2D, porém tem um inimigo que se movimenta de forma 3D. Em alguns desses, você acaba colidindo e morrendo para o inimigo pois pensa que ele está ao fundo o suficiente para não te atingir, mas na verdade está próximo. Outra coisa ruim, e que foi corrigida em Crash 4, é que muitas vezes você pula e não tem tanta certeza de onde está caindo, pois o único indicativo disso é a sombra de Crash/Coco, que facilmente não fica visível.
No geral, Crash 1 é um excelente jogo que inicia muito bem a sua saga, sendo bastante difícil e podendo frustrar em algumas partes e fases específicas, porém sendo divertido e oferecendo um nível de desafio bem legal.
Crash Bandicoot 2: Cortex Strike Back
Crash Bandicoot 2: Cortex Strike Back começa do exato ponto no qual Crash 1 termina. Após ser derrotado e derrubado de seu dirigível, Cortex cai em uma mina subterrânea cheia de cristais. Percebendo o potencial dos artefatos, ele começa a preparar seu próximo plano. Após 1 ano, Cortex possui uma estação espacial construída junto de seu novo assistente N. Gin, com o objetivo de usar o poder dos Cristais para criar uma arma suprema e dominar o mundo. Precisando dos 25 cristais ainda restantes na Terra para ativar sua arma, Cortex abduz Crash, que estava procurando uma bateria nova para o Notebook da então introduzida Coco, e o leva para uma sala com diversos portais, convencendo-o que agora é bom e precisa da ajuda de Crash para coletar os cristais e salvar o mundo. O herói, sem suspeitar de nada, passa a ajudar o vilão. De acordo com que o jogador for passando as fases, pequenas cutscenes irão sendo liberadas, onde hologramas de Cortex, Coco, N. Gin e até mesmo N. Brio conversam com Crash para ir explicando o que está acontecendo.
Mantendo as características do jogo anterior, as novidades que Crash 2 traz para a jogabilidade são a possibilidade de se Agachar, Andar agachado, Escorregar, dar um salto mais alto caso o faça logo após agachar, e usar um golpe de barriga após pular, que faz com que Crash/Coco caia com tudo quebrando caixas e matando inimigos que estejam em baixo. Em alguns estágios específicos também será possível se prender em grades no teto para avançar ou entrar debaixo da terra. Temos também a adição das caixas de Nitro, que explodem com o simples toque, e da caixas reforçadas, que só podem ser destruídas com o golpe de barriga.
Dessa vez, para escolhermos qual estágio será jogado, existe a sala seletora, onde podemos ver o nome de cada fase, e quais obtiveis nela já foram coletados,, assim como a entrada do portal costuma dar uma ideia de qual será a temática da mesma. As temáticas de fases estão ainda mais variadas do que no jogo anterior. Após completar todas as fases de uma sala, nós habilitamos o elevador central para poder passar para o próximo andar, que terá um novo conjunto de fases.
Em todas as fases, os jogadores deverão coletar um Cristal Roxo, mas também poderão conseguir uma Gema destruindo todas as caixas da fase. Em algumas fases também é possível encontrar uma segunda Gema escondida em algum lugar. A partir de Crash 2, não é mais necessário coletar Tokens para acessar os segmentos de Bônus, com todas as fases contendo um. As Gemas Coloridas também estão de volta, porém agora cada uma possui uma regra própria para ser conquistada que normalmente é explicada na dica da fase. Outra novidade fica pela presença das “Rotas da Morte”, que são plataformas que aparecem para o jogador apenas caso ele chegue até as mesmas sem ter morrido nenhuma vez. Elas costumam levar para algum trecho bastante difícil e desafiador. Após coletar todas as Gemas, uma cutscene especial será habilitada com o final verdadeiro do jogo.
No geral, o jogo é mais fácil que Crash 1, porém diferente de seu antecessor, Crash 2 não possui nenhuma fase onde se possa farmar vidas facilmente, fazendo com que normalmente o jogador tenha um número bem menor das mesmas
Como nem tudo são flores, com habilidades novas, vem problemas novos. Primeiro, Crash 2, como possui novas habilidade de movimentação para Crash, exige muito mais que os jogadores não só utilizem as mesmas como também as executem com perfeição. Isso acaba sendo um problema bem irritante em alguns trechos onde elas não funcionam como deveriam. Existe, por exemplo, uma fase onde para alcançar uma plataforma o jogador precisa usar o pulo mais alto e então usar uma barrigada, pois a mesma faz com que Crash suba um pouco mais no ar e atinja a altura da plataforma, porém às vezes o jogo apenas não fará a leitura de que a barrigada vai bater na plataforma desejada, e você simplesmente se jogará no buraco. Além disso, diversas fases bônus, que no jogo anterior exigiam estratégia e raciocínio, são resumidas basicamente em precisão milimétrica nos pulos. Crash 2, mesmo sendo mais fácil, consegue ser mais frustrante que Crash 1. A baixa quantidade de vidas disponíveis também contribui para isso. Além disso, em algumas fases existirão portais secretos que o levam para outros estágios para tentar conseguir algo que antes não era possível. Para descobrir onde estão esses portais secretos, algumas fases contam com caixas e itens dispostos de forma a te induzir até os mesmos. Porém, existem outras fases nas quais é simplesmente inimaginável o local onde está a passagem secreta. Quando você as descobre, normalmente por acidente, geralmente fica uma sensação de “como exatamente eu deveria ter descoberto que isso estava aqui?”. Dessa forma, apesar de apresentar o design de fases bem mais variado que em Crash 1, o segundo jogo apresenta também algumas fases bem piores e decepcionantes (como as fases nas quais se deve pilotar uma mochila a jato, que, na minha opinião, são simplesmente horríveis pelos controles serem péssimos).
Os chefes a serem enfrentados mais uma vez são fáceis quando se comparado com as fases no geral, e a luta final contra Cortex é bastante decepcionante, primeiro por ser extremamente fácil, segundo ser uma fase de mochila a jato.
Crash Bandicoot 2: Cortex Strike Back é um jogo bastante divertido e que consegue captar bem o espírito de seu antecessor, além de trazer mecânicas novas e divertidas. Porém, com o design de nível mais fraco, o jogo tende a frustrar mais.
Crash Bandicoot 3: Warped
Dessa forma, chegamos em Crash Bandicoot 3: Warped. O jogo mais uma vez começa após o fim do jogo anterior. A estação espacial de Cortex é danificada e cai sobre um templo, destruindo ambos. Dos escombros, sai um espírito maligno que estava preso naquele templo, se tratando de Uka-Uka, irmão gêmeo e maligno de Aku-Aku. É revelado que Uka-Uka sempre esteve por trás dos planos de Cortex, cujo objetivos finais eram libertar ele. A máscara, furiosa com as falhas de Cortex, leva-o para uma Máquina de Torção do Tempo, para que eles possam ir para diversos locais na história, roubar seus Cristais e Gemas, e assim dominar o mundo. Para ajudá-los, eles contarão com a ajuda do novo vilão Nefarious Tropy, autointitulado mestre do tempo e especialista para operar a máquina de torção do tempo. Sentindo que seu irmão havia escapado, Aku-Aku convoca e leva Crash e Coco para a máquina, a partir de qual ambos devem visitar diversos locais, recuperars os Cristais e Gemas, derrotar e selar novamente Uka-Uka.
Crash 3 simplifica de vez a escolha de estágio, tendo acesso a todos eles rapidamente através da Máquina. Dessa forma, as fases são separadas em grupos de 5 e distribuídas em 5 áreas. Ao fim das 5 fases, é liberada uma luta contra chefe, que após vencida dá a Crash o acesso a um poder e o acesso à área seguinte.
O jogo traz como novidade de jogabilidade a presença de poderes especiais para Crash/Coco que podem ser obtidos derrotando os chefes que enfrentamos. Os poderes que podemos adquirir são:
Super golpe Carregado de Barriga: Aumenta a distância do impacto do golpe de barriga normal.
Pulo Duplo: Permite com que Crash/Coco salte uma segunda vez no ar.
Giro Tornado da Morte: Permite com que Crash/Coco fique rodando por muito mais tempo, permitindo que eles possam planar e chegar em locais mais longes.
Bazuca de Fruta: Uma bazuca que pode ser utilizada para atirar frutas Wumpa, eliminar inimigos e quebrar caixas a distância.
Corrida Crash: Permite que Crash/Coco corram. Essa habilidade também é adquirida no fim de Crash 1 e 2 no N Sane Trilogy, porém originalmente existia apenas em Warped.
Outra novidade é a presença de caixas que ficam mudando entre normal, vida e ponto de interrogação. Mas o aspecto mais inovador provavelmente está nos tipos de fases que temos. Primeiramente, em Crash 3 novamente temos a dificuldade do jogo diminuída, sendo o jogo mais fácil da saga, considerando que agora possuem menos buracos e plataformas que caem ao longo das fases, assim como no geral elas são mais largas e exigem menos que o jogador tenha precisão milimétrica. Combinado a isso, Crash 3 também volta a oferecer vidas em grande quantidade, então é um jogo onde dificilmente um jogador fica frustrado por não conseguir passar de algum local. As temáticas de fase estão mais variadas que nunca, tendo estágios que ocorrem na era Medieval, na era Jurássica, no futuro, em templos, debaixo da água, nas muralhas da china, entre outras.
Algo que podemos destacar de Crash 3 está relacionado a animações de morte. Enquanto todos os jogos da saga possuem diferentes animações de morte que se destacam por sua comicidade, Crash 3 é o que tem maior variedade, além de várias delas serem bastante divertidas.
Além disso, sendo o jogo original de 1998 aquele em que Coco fez sua estreia oficial como personagem jogável, existem fases que são exclusivas de Crash, e fases que são exclusivas de Coco. Coco possui fases na muralha da China, na qual deve montar no tigre Pura, assim como fases nas quais pilotará um Jet-ski no mar. Crash, por sua vez, tem fases inteiramente subaquáticas e outras na qual participa de corridas com sua moto. Ainda existem as fases de pilotar avião, às quais ambos podem participar. Todas essas fases trazem jogabilidade única e frescor para a série.
Mais uma vez é possível coletar Cristais, Gemas e Gemas Coloridas, tal qual nos jogos anteriores, e temos a volta também das “Rotas da Morte”. Os trechos de bônus estão mais fáceis do que nunca, e geralmente exigem que o jogador use os poderes para poderem serem completados. Novamente, conquistar todas as Gemas Coloridas permitirá que o jogador siga um caminho secreto na penúltima fase, assim como obter todas as Gemas desbloqueará o final verdadeiro do jogo. Algo que está presente nos jogos 1 e 2 da trilogia mas foi introduzido originalmente em Warped são os Time Trials. Esses não apenas servem para você testar o quão rápido consegue terminá-las, para para também adquirir relíquias, que vão abrindo fases secretas.
Crash 3 é bem mais fácil que seus antecessores, porém extremamente divertido. As lutas contra chefes continuam fáceis, mas fica destaque para luta contra N.Gin, que é realizada por Coco e é bastante desafiante, e a luta final contra Neo Cortex, que também pode ser difícil. O jogo fecha com chave de ouro a trilogia, possuindo fases muito divertidas e bastante variadas, sem apresentar os problemas de design de níveis do título anterior, e mostrando que não é necessária ser absurdamente difícil para ser legal. É verdade que alguns dos novos tipos de fase podem não agradar a todos, mas no geral elas são apostas boas e bem aplicadas (bem diferente das fases de mochila a jato de Crash 2).
Dessa forma, Crash Bandicoot 3: Warped não apenas traz todo o espírito da saga em sua jogatina, como também supera seus antecessores, sendo o melhor de N Sane Trilogy e pavimenta bem o caminho para Crash Bandicoot 4: It’s About Time.