Seria muito fácil começar uma análise pelos erros de GTA San Andreas Definitive Edition, certo? Até porque, na última semana, foi o que mais vimos nas redes sociais. Bugs, missões mal otimizadas e cortadas, personagens completamente deformados. Mas seria possível o jogo também conter acertos no geral?
Primeiro precisamos entender que a remasterização definitiva de GTA San Andreas Definitive Edition não foi feita pela RockStar diretamente. Os responsáveis por mais uma versão do jogo são da empresa Grove Street Games, especializada em ports de grandes jogos principalmente para o mobile. Entretanto, ela também foi responsável pelas versões de PlayStayion 3 e Xbox 360 dos jogos antigos de Grand Theft Auto e Bully.
O primeiro acerto é a localização do jogo. Anteriormente, em nenhuma das suas versões, GTA San Andreas possuía legendas em português. Apesar de grande parte do público consumidor a essa altura já conhecer a história de cor e salteado, a adição é importante para a o entendimento completo dos diálogos e compreensão total das nuances da história tão bem escrita nos detalhes.
E sim, apesar das expressões pioradas na grande parte dos npc’s e até mesmo em alguns personagens secundários, a sincronização labial é um ponto alto de GTA San Andreas Definitive Edition.
Bem melhor aproveitada agora com a remodelação 3D, as cutscenes ficam mais dinâmicas. Portanto, o jogo fica melhor visualmente? A resposta é sim e não. A ampliação da paleta de cores deixa os cenários no geral bem mais definidos e agradáveis aos olhos, as melhorias em interiores quase fazem parecer um remake. Mas as distorções em braços e pernas dos personagens, o exagero em algumas expressões (OG Loc como exemplo) e a falta delas em outros casos (Sweet acaba por parecer um velho de 80 anos fora das cutscenes), faz o jogo ainda parecer datado e mal acabado.
Outra adição muito bem vinda é a roda de armas. Dividindo opiniões nas redes sociais, foi uma novidade agradável ao meu gameplay. Deixou os momentos de ação muito mais fáceis de administrar, o que antes era definitivamente um atraso até se achar a arma certa para o momento.
A dirigibilidade ficou mais fluída, sem aquele peso característico no carro da primeira versão. A sensação de rapidez porém foi retirada, substituída por ventos estáticos ao longo do trajeto. Em motos por exemplo, quando utilizada a câmera com visão para a traseira do veículo, CJ aparece atrapalhando a tela. Alguns modelos de carros foram totalmente reformulados para GTA San Andreas Definitive Edition, agora com aspecto bem mais real e parecido com os que foram usados de base.
Infelizmente os erros ainda se sobressaem aos acertos, e a compra definitiva do jogo (com um preço exageradamente alto) merece esperar um pouquinho. Incluído na assinatura do Game Pass, os usuários de Xbox podem tirar as próprias conclusões. Mas já adianto: se fosse for um jogador antigo da franquia, pode se decepcionar com o resultado final.
Como ponto positivo, a RockStar já se pronunciou sobre atualizações para correções de bug imediatos, o que possivelmente agradará os fãs a longo prazo. Mas será o suficiente? Lançar um jogo que aparentemente não passou pelas últimas etapas de play test já me parece negligência o suficiente para desagradar grande parte dos jogadores (se não todos) que aguardavam ansiosamente mais uma visita à Groove Street.