Em Holy Shoot, o inferno não é apenas um lugar de punição, mas também de ação frenética. A trama gira em torno de sete artefatos místicos que protegem a Terra e que, após serem roubados por demônios, obrigam o jogador a descer ao submundo e enfrentar hordas demoníacas para salvar o planeta. No entanto, como em muitos roguelikes, a história é apenas um pano de fundo, já que o foco principal está na jogabilidade.
A estética combina o grotesco infernal com um estilo cartoon estilizado, remetendo bastante ao visual de Borderlands. É tudo imerso em diferentes tons de vermelho, com runas, pentagramas e caveiras, equilibrado por um design leve que não sobrecarrega visualmente.

Gameplay
O ciclo principal das runs é bem simples e direto: avançar por 9 fases, derrotar todos os demônios em cada uma delas e encarar o chefão final, o próprio Satã. Entre as fases, você acessa uma sala segura com recursos essenciais, como um altar de cura, um baú com três armas aleatórias, uma estátua de anjo para evoluir de nível e uma loja para adquirir melhorias.
A movimentação é um dos grandes destaques. O jogo exige mobilidade constante, pois ficar parado é praticamente uma sentença de morte. Com dash, double jump, planagem e boosts de velocidade, o ritmo é intenso e extremamente viciante.
Holy Shoot é muito parecido com outro roguelike FPS que joguei, chamado “Roboquest”, diferenciando-se apenas na história e na ambientação.
Armas, habilidades e progressão

A variedade de armas é bastante sólida, incluindo pistolas, metralhadoras, shotguns, lança-granadas e outras opções criativas, cada uma com um design único. Além disso, existe um sistema de raridades que determina quantos modificadores uma arma pode ter. Antes de iniciar uma run, você escolhe entre três elementos: trovão, gelo e medo.
Cada personagem tem poderes únicos que evoluem à medida que você avança. A progressão permanente também é fundamental: ao final de cada run, você coleta recursos que permitem fortalecer três árvores de habilidade — Ataque, Defesa e Utilitário. Isso melhora bastante as próximas runs e garante um senso constante de evolução.
Visual e interface
A direção de arte é um grande destaque: cenários atraentes, personagens com designs únicos e um estilo visual bem definido. Contudo, a interface ainda carece de identidade. Os menus são funcionais e intuitivos, mas não chamam atenção nem surpreendem visualmente.
Trilha e efeitos sonoros
A trilha sonora é um heavy metal intenso que combina perfeitamente com o ritmo da gameplay. Quem é fã de Doom vai se sentir em casa. Os sons das armas são muito bem feitos, cada um com uma identidade única e um impacto sonoro marcante.

Performance e problemas técnicos
Infelizmente, experimentei sérios problemas de desempenho, com quedas drásticas de FPS, chegando a 10 ou 15 em média em alguns momentos. Também notei bugs na interface, como textos mal ajustados devido à tradução para o português e uma certa lentidão nos menus.
A inteligência artificial dos inimigos não impressiona. Em diversos momentos, os demônios pareciam desorientados, com comportamentos repetitivos e previsíveis, o que acaba tirando parte do encanto dos combates.
Inovação e Originalidade
Holy Shoot não tenta reinventar a roda, e isso funciona. Ele utiliza fórmulas consagradas dos roguelikes e FPS, oferecendo um gameplay direto e divertido. Ainda carece de polimento, mas o potencial é evidente. Com tempo, ajustes e atualizações, pode se tornar um destaque no gênero.
Veredito
Holy Shoot é um roguelike FPS cheio de atitude e adrenalina. Apesar de ainda estar claramente em desenvolvimento, ele já consegue divertir, mostrando carisma e muito potencial. Se você gosta desse estilo de jogo, vale a pena ficar atento ao lançamento e acompanhar as atualizações.
Holy Shoot é Bom, mas precisa de ajustes. Um diamante bruto que ainda está sendo talhado, pode brilhar no futuro.




