A história de Steel Seed acompanha Zoe, uma jovem parcialmente transformada em ciborgue por seu pai, que desperta séculos depois em um mundo dominados por máquinas, ao lado de seu parceiro drone, KOBY. A premissa é interessante, ainda que não seja inteiramente original—a exploração de ruínas em um pós-apocalipse, a coleta de fragmentos de memória e a busca por salvar os últimos vestígios da humanidade são elementos clássicos do gênero.
Apesar do potencial, a narrativa não entrega profundidade e carece de originalidade. Zoe fala demasiadamente, com diálogos que lembram jogos da era do PlayStation 2—expositivos e, muitas vezes, redundantes. A escolha de tornar KOBY mudo obriga a protagonista a interpretar todos os eventos sozinha, transformando-se em um monólogo cansativo e artificial.

Jogabilidade: Stealth básico e combate simplista
O stealth segue um formato tradicional: se agachar, se aproximar e eliminar inimigos com um único golpe. No lugar de moitas, o jogador utiliza campos magnéticos para se camuflar. Caso seja detectado, entra em cena um combate funcional, mas superficial. Os combos não possuem profundidade, e o ataque pesado se mostra praticamente inútil. Além disso, a inteligência artificial dos inimigos é inconsistente, tornando a estratégia instável.

O sistema de progressão traz árvores de habilidade e desafios (como curar-se 20 vezes para desbloquear um upgrade), adicionando um toque de RPG. Contudo, há pouca motivação real para explorar cada ramificação de habilidades.
Visual e trilha sonora: Atmosfera cativante, diálogos fracos
Visualmente, Steel Seed impressiona com uma estética futurista opressora. Os cenários exploram ambientes industriais, biodomos e estruturas alienantes, reforçando o tom da narrativa. A trilha sonora, embora não memorável, cumpre seu papel, complementada por uma dublagem competente. Infelizmente, os diálogos fracos comprometem a experiência.
Do ponto de vista técnico, o jogo se mantém relativamente estável, com poucos bugs graves e quedas ocasionais de FPS.

Steel Seed: Vale a pena?
Apesar de não ser um jogo ruim, ele não se destaca plenamente. Com uma proposta sólida e boas ideias sobre identidade, tecnologia e sobrevivência, sua execução rasa impede que alcance todo o potencial que poderia ter.