Desenvolvido pela Bloober Team (Layers of Fear, Observer, Blair Witch) e lançado exclusivamente para Xbox S|X e Windows 10, The Medium chegou ao Game Pass no dia 28 de janeiro desse ano. Envolvido em muita expectativa pela ambientação similar aos melhores jogos de terror já lançados, o game foi muito falado em sua semana de estreia. Mas a pergunta pertinente é: vale a pena jogar?
Partindo do começo, The Medium é um jogo single player em terceira pessoa, que bebe das fontes já consolidadas no mercado como Alone in the Dark, Resident Evil e Silent Hill (e ainda um pouco de Stephen King). A campanha varia entre 7 à 9 horas, dependendo do seu grau de empenho para com todos os arquivos adicionais. Com câmera fixa no ambiente, talvez a adaptação dos jogadores mais recentes seja um pouco difícil, contra a facilidade que os jogadores mais antigos encontrarão ao entender a referência aos games de PS1.
O enredo te apresenta Marianne, uma medium que acaba de perder seu pai adotivo. Em meio à preparação para o funeral (seu pai era dono de uma funerária, que funcionava embaixo de sua casa) e o luto ainda recente, ela se encontra numa trilha de exploração de seus poderes. Visto que seu dom é basicamente ajudar almas a descansar, não espere longas cenas de lutas ou ação desenfreada. Mas não é por isso que o jogo deixa de ser muito bom.
Inicialmente, tudo que podemos entender é a melancolia da personagem. A saudade de seu pai, o medo da rejeição de seus poderes, a fragilidade em que se encontra agora. E é justamente por conta dessa fragilidade, que ela nos apresenta a maior inovação do jogo: a tela dividida entre os dois planos.
A primeira vez que a tela fica dividida, Marianne está vendo seu pai, que ainda não assimilou a morte e segue preocupado por sua filha. Após isso, uma ligação obscura coloca a protagonista em direção á um local onde muitas almas seguem atormentadas, e é aí que o jogo realmente começa.
A trama em si não é nada previsível, com reviravoltas que eu não esperava. Possui uma história linear, caminhos alternativos são apenas para te levar até documentos adicionais. Existe a perspectiva, poder que te ajuda ver pegadas e achar itens. A alteração entre planos é feita pela fenda, te possibilitando até sair momentaneamente do seu corpo físico (com limite de tempo, claro, ou você poderá morrer). Mudanças feitas no ambiente são alteradas em ambos os planos, e isso é de extrema importância na resolução de alguns puzzles.
O vilão, que atua também nos dois planos, te persegue durante mais da metade do jogo. E como eu disse mais acima, não espere grandes atos de ação extrema. A ação aqui existe, é gradativa, mas sem exageros. No jogo você é a caça, não o caçador. Entretanto, o enredo é contado com maestria, com vaga lembrança numa trama cinematográfica. Inclusive, a trilha sonora foi feita por Arkadiusz Reikowiski e Akira Yamaoka. Sim, aquele Akira de Silent Hill.
The Medium te ganha pela inovação, tropeçando aqui e ali em ocasionais problemas referente á câmera e bugs, mas te mantendo junto ao controle pela grandeza da história. É uma sobrevida no gênero de terror, tão acostumado atualmente a fazer cenas de ações inesperadas. E se minha crítica não te convenceu a dar uma chance ao jogo, então quem perde uma experiência tão completa é você.