A história do Yusuke Urameshi, um carinha meio fora-da-lei (mas de bom coração) que enfrenta entre o mundo real e o espiritual todo o tipo de demônios e outras criaturas, chegou às telas da Netflix.
Eu encarei Yu Yu Hakusho como um espectador novato, sem conhecimento prévio… Alguém que queria apenas analisar a obra que a plataforma me apresenta, e talvez isso seja um problema, mas já explico.
A série acerta nas cenas de ação, são empolgantes e bem executadas, porém o desenvolvimento e a história dos personagens, já não dá pra dizer o mesmo!
Yu Yu Hakusho corre para te contar a história – são somente cinco episódios em que muita coisa acontece – e creio que quem não tem familiaridade com a história chega a ficar perdido, e aí me vem uma dúvida: Será que os fãs da obra original vão gostar? Eu não gostaria de ver temporadas e temporadas de um anime reduzidas a cinco episódios, e tenho certeza que eles também não… Mas vamos à história!
A trama começa com o Yusuke (Takumi Kitamura, deTokyo Revengers) morrendo, se sacrificando para salvar um garoto. Depois de dar o fora da vida, o jovem encara o dilema de não ter lugar no Céu nem no Inferno. Como prêmio pelo seu lado herói, ele ganha uma segunda chance de viver, mas agora como Detetive Espiritual, encarando demônios e seres esquisitos.
Confesso que a premissa de Yu Yu Hakusho é genial e já me arrependo de não ter assistido lá nos anos 90. Seria um anime que, sem dúvidas, iria adorar… mas como disse antes, sem assistir o anime, você perde tudo que a série poderia ter de emocionante. Fãs podem dizer que não foi feito para quem não conhecia o mangá ou anime, mas uma obra não pode apostar nisso para fazer sucesso, ou nasce fadada ao fracasso.
O primeiro episódio realmente passa o clima que a série precisa e nos faz ficar envolvido com a premissa, tendo um toque de humor na medida e a ação nas horas certas. No entento, em muitos momentos Yu Yu Hakusho te distancia da história e, depois de três episódios, eu ainda não me importava verdadeiramente com nenhum personagem que tinha sido apresentado.
Por exemplo: tenho certeza que o trio Kurama, Hiei e Kuwabara são adorados pelos leitores do mangá, porém aqui eles são superficiais demais para criar uma conexão com o telespectador.
Mas uma coisa precisa ser dita: a série me faz querer conhecer mais da história, ver os personagens, o visual dos seres bizarros e as cenas de batalha. Mas a produção não entrega e no final fica aquele gosto de foi feito algo para os fãs correrem para assistir, e apenas isso.
Pelo que pesquisei, a Netflix colocou quase 3 sagas do mangá em apenas 5 episódios, ficando – ao meu ver – impossível se conectar ou querer mais. Não sei se o plano do serviço é continuar com a série… eu diria que não (apesar de ter cena pós-créditos), pois a correria do roteiro fará com que o engajamento com os episódios seja baixo.
Se você curte uma ação sobrenatural ou quer matar a saudade do anime, acredito que irá gostar de Yu Yu Hakusho, mas no final pode ficar um gosto de que se poderia muito mais, que esses personagens tão ricos mereciam mais, e os 5 episódios deixam isso bem claro.
Ao que dá pra perceber, os fãs devem sentir que falta muita coisa na história e os novos telespectadores podem se frustrar por perderem tanto de personagens tão incríveis. Tomara que, numa possível segunda temporada, isso se resolva.