Em homenagem aos 110 anos da imigração japonesa no Brasil, o Rio sediou nesse final de semana o primeiro festival totalmente voltado à cultura japonesa, o Japan Festival Rio Matsuri, em um dos pavilhões do Rio Centro, na Barra da Tijuca. O objetivo do festival foi de aproximar o carioca do Japão, valorizando a comunidade Nikkei. Para quem não conhece, o termo Nikkei se refere aos descendentes de japoneses nascidos fora do Japão ou para os próprios japoneses que vivem no exterior.
Durante os três dias de evento, quem fosse ao Rio Centro iria se deparar com diversas atrações, tanto musicais quanto culturais, com concurso de Cosplay e Miss Nikkei Rio, além disso, o evento também contou com diversos expositores com produtos típicos, incluindo comida, decoração ou relacionado às crenças japonesas. A participação do público também tomou conta do evento, com diversos workshops e atividades interativas.
O Cabana acompanhou o segundo dia da Rio Matsuri. Chegando, dava-se de cara com uma exposição dedicada à Hello Kitty, contando um pouco da história dessa personagem tão icônica com algumas curiosidades. Em seguida se tinha uma grande área destinada ao Beisebol, principal esporte japonês (da mesma forma que o futebol é para os brasileiros) com uma zona de arremesso e outra de rebatida. Era só entrar na fila que podia experimentar ser um jogador de beisebol.
Próximo a área de beisebol, havia um tatame para artes marciais, na qual os lutares demonstravam algumas técnicas e movimentos. Andando mais um pouco, podiam-se encontrar dois mini mercadinhos com produtos típicos japoneses e ao longo do pavilhão, você podia dar de cara com algumas exposições culturais promovidas pelo próprio consulado Japonês e a comunidade Nikkei no Brasil, que traziam um pouco da história do Japão, certas curiosidades, seus montes e suas crenças.
Além dos inúmeros expositores que cercavam o evento, com diversos produtos, variando entre comidas, vestimentas típicas (o Quimono), cultura pop (animes e temáticas Geek) e diversos artefatos da crença japonesa. Quem quisesse experimentar da culinária do Japão, a praça de alimentação estava às ordens, mas para quem não fosse muito fã da comida tradicional, os food trucks salvavam.
Focando nas atrações do palco principal, tudo contou com a apresentação do ator, apresentador e humorista, Kendi Yamai, conhecido por seu personagem Ossako da Escolinha do Gugu. A primeira atração foi uma palestra do Eduardo Miranda, considerado o pai dos Animes no Brasil. Trabalhou na TV Manchete e foi responsável pela vinda de várias dos desenhos japoneses que amamos, como Cavalheiros do Zodíaco. Logo em seguida, enfim a cerimônia de abertura oficial da Rio Matsuri, sendo iniciada por uma apresentação do Grupo Wakadaiko, de taiko (um tambor típico).
A cerimônia também contou com diversas personalidades importantes, responsáveis para que o festival pudesse acontecer, como o Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Rio de Janeiro, a Diretora da GL Events, o diretor da Tasa Eventos, o Cônsul Geral do Japão no Rio de Janeiro, entre outros. Em homenagem às duas pátrias, se tocou o hino do Japão e depois o brasileiro.
O interessante que foi realizada a Cerimônia Kagami Biraki, traduzido para a ‘cerimônia de quebra do espelho’, praticada no Japão durante muitos anos, que consiste na quebra do barril de saquê, com o objetivo de trazer sorte. Muito realizada em inaugurações de estabelecimentos comerciais, que no caso, foi usada para, de fato, dar inicio ao evento.
O restante das atrações contou com um show musical da cantora Susana Sano e Joe Hirata, performance de artes marciais, desfile de Cosplayers, apresentação do Grupo Saikyou Yosakoi Soran e Miss Nikkey Rio 2018. Passando para as atividades interativas, diversos Workshops e palestras rodeavam o evento, como uma palestra sobre Saquê com o especialista Celso Ishiy, além de falar sobre Sushi e Sashimi na Gastronomia Japonesa com o Chef Shin Koike, embaixador da Difusão da Culinária Japonesa no Brasil pelo Governo Japonês.
Mas algo muito interessante, e que estava aberto a quem quisesse experimentar, era a cerimônia do chá, que em japonês é conhecida como ‘chanoyu’, que se caracteriza por servir e beber o ‘matcha’, um tipo de chá verde pulverizado. A ‘chanoyu’ tem um importante papel na vida artística do povo japonês, no qual envolve a apreciação do que está em volta, entre o cômodo onde é realizada ou, até mesmo, os utensílios utilizados no servir do chá.O espírito da cerimônia do chá representa a beleza do que é simples e da harmonia com a natureza.
Entre os Workshops, tinha-se de pixel art, origami, como fazer um personagem de Mangá, Bonsai e Oshibana (a arte de flores secas), além também de áreas de descanso para quem quisesse recuperar as energias. Ou seja, do dia 9 ao dia 11, quem fosse ao Rio Matsuri podia ter um verdadeiro contato com essa cultura tão milenar e que há 110 anos está em território brasileiro. Esperamos que essa edição seja a primeira de muitas que acontece na cidade maravilhosa.