Nesse último post da Semana Especial que foi muito mais que peculiar, trago polêmicas. O filme x O livro. Acompanhem comigo o que Tim Buton estragou.
Eu realmente gostei bastante dessa trilogia, não tanto quando gostei de outras séries de livros, como Harry Potter, que esse mês temos o lançamento de “Criança Amaldiçoada”. E quando pensamos em uma adaptação literária pensamos em Senhor dos Anéis e o seriado Game of Thrones. Mas quando a gente pensa em um fracasso, bem, vamos mudar de assunto.
O livro, eu fiz a resenha do primeiro livro aqui no site. O filme de Tim Burton deixa a desejar em vários aspectos, então para facilitar a minha escrita e a sua leitura farei uma lista das coisas que eu não gostei no filme:
Em Primeiro Lugar: a mudança maluca nos personagens.
Por qual motivo mudar a peculiaridade de Emma pela da Olive, e envelhecer Olive? No livro Emma é uma personagem super forte e ambígua, como uma história triste e repetitivos abandonos, Emma não desiste de encontrar o amor. E sonha com uma vida melhor, onde pessoas diferentes sejam aceitas. Ela possui um senso de justiça, sendo que muitas vezes é ela quem coloca o herói no “lugar” certo.
Emma do livro:
Olive no livro:
Com a mudança de personagens proporcionada por Tim Burton, Enoch é par romântico de Olive e a peculiaridade dela é o fogo. Como assim??? Qual a necessidade disso? Porque diminuir uma personagem com um dom tão forte como o fogo?
Em Segundo Lugar: os furos no roteiro. Eu nem preciso dizer que isso é acompanhado com um grande alerta de SPOILER.
A trilogia segue uma ordem muito lógica, e o Tim Burton acaba com essa lógica, há momentos no filme que não possuem a menor explicação. Como por exemplo:
1º De onde Enoch tira tantos corações?
2º Como Jacob não envelheceu ao passar vários anos no passado?
3º E os irmãos da Srta. Peregrine?
4º Dr. Golan é Dra. Golan?
5º Como não aconteceu um paradoxo temporal ao “salvar” o avô de Jacob?
Em Terceiro Lugar: a ressurreição sem lógica do avô de Jacob.
Nos livros, Jacob encontra forças para continuar, a partir da memória de seu avô, como eu expliquei quando eu fiz a resenha do primeiro livro, eu tive um grande apego com relação a essa parte da obra, por tem um ano que meu avô morreu. Assim como foi para Jacob extremamente repentino e muito difícil de se superar. Quando Tim Burton coloca no roteiro que há a possibilidade de Jacob salvar o avô, óbvio que ele vai salvar, mas no livro, essa possibilidade não existe, pois uma fenda temporal é como um universo paralelo, como explicado no segundo livro, as pessoas que morreram no passado não podem ser salvas. Infelizmente é assim, o passado é imutável.
Você consegue imaginar Harry Potter voltando no passado para salvar os pais? Não haveria Harry Potter se os pais dele não houvessem morrido. Não haveria a grande aventura das Crianças Peculiares se Vovô Portman houvesse sobrevivido.
Em Quarto Lugar: a não peculiaridade dos atores. Como assim??? Eu explico.
O lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares é um ode ao respeito á pessoas diferentes, em vez que celebrar essas diferenças em sua obra, escolhendo personagens pertencentes a minorias, minorias essas que sofrem preconceitos e não tem oportunidades no cinema. Tim Burton simplesmente ignorou.
De fato, se olharmos a filmografia do cineasta há um grande problema com respeito à representatividade, seus elencos são predominantemente brancos. Ao dar uma entrevista ao Bustle, Tim Burton disse:
Eu lembro que, quando eu era criança, assistia à Família Sol-Lá-Si-Dó e eles começaram a ficar todos politicamente corretos. Tipo, ok, vamos ter [no elenco da série] uma criança asiática e uma negra. Eu costumava ficar mais ofendido por isso do que… Eu cresci vendo filme blaxploitation, certo? E eu dizia ‘eles são ótimos’. Eu não dizia ‘devia ter mais pessoas brancas nesses filmes.
Hein?! Politicamente correto? Mas o Livro é sobre como pessoas diferentes sofrem diferentes tipos de dificuldades e perseguições. Close errado hein?
Eu tinha grandes expectativas com respeito a esse filme, não sei como Rasom Riggs permitiu que Tim Burton acabasse com a obra dele. Ao menos eu esperava que a Eva Green valesse meu ingresso, que foi caro, e não valeu a pena. Nesse caso o filme não chegou nem perto de representar a mágica dos livros.
Fiquem ligados no Cabana do Leitor! 😉
Revisado por: Bruna Vieira.