Se você é fã da Square Enix, certamente já se emocionou com histórias épicas, personagens marcantes e mundos deslumbrantes. Porém, quando o amor por esses universos ultrapassa limites e se transforma em comportamentos tóxicos, a Square Enix decidiu enfrentar isso de frente com uma nova política contra o assédio a funcionários.
A gigante dos games anunciou medidas rigorosas para lidar com fãs que ultrapassam limites por meio de violência, difamação, intimidação ou outros comportamentos prejudiciais. “Essas ações não só impedem que nossos funcionários e parceiros se sintam seguros, mas também causam interrupções para outros clientes”, afirmou a empresa em comunicado. A empresa deixou claro que não tolerará tais atitudes e tomará medidas legais e criminais quando necessário.
Essa política reflete problemas cada vez mais visíveis no fandom. Um exemplo é o fandom de Final Fantasy VII, conhecido por suas brigas envolvendo os ships Cloud x Tifa e Cloud x Aerith. A dubladora da Aerith, Briana White, já precisou intervir: “Eu digo isso com amor: os shippers de FF7 precisam se tocar. Somos todos da mesma família em amar esses personagens, então relaxem”, disse ela em dezembro passado.
O dublador do Cloud, Cody Christian, também se manifestou em janeiro de 2024, criticando a sexualização excessiva no fandom: “Os shippers arruínam o desenvolvimento de uma ótima história”.
O problema não se restringe aos fãs de Final Fantasy VII. Naoki Yoshida, diretor e produtor de Final Fantasy XIV, já abordou abusos contra desenvolvedores do jogo em várias ocasiões. Em 2022, Yoshida falou sobre o impacto emocional dos ataques aos desenvolvedores: “Os membros da equipe se sentirão muito mal depois de ouvir essas palavras, mesmo que tenham dado o melhor de si. Isso pode fazer com que eles não criem mais coisas divertidas”.
A situação não melhorou. Após o lançamento da expansão Dawntrail, em 2024, a dubladora de Wuk Lamat, Sena Bryer, foi alvo de ataques transfóbicos, levando Yoshida a se pronunciar novamente: “Comentários negativos e ataques pessoais partem o coração da equipe, que trabalhou muito duro. Isso não é construtivo e apenas desmotiva os criadores”.