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Superman | Evento no Rio de Janeiro é salvo pelo carisma de James Gunn e elenco

Superman no Rio tinha tudo para ser uma grande experiência e foi, mas não exatamente de forma positiva quando se penaliza quem segue as regras.

Ed Rezende
6 Min Ler

Uma das frases mais marcantes que já li é: “Jornalismo é publicar aquilo que alguém não que se publique. Todo o resto é publicidade”, atribuída a William Randolphst (1863-1951). Dito isso, é importante considerar os aspectos relacionados ao evento do Superman no Rio, que resultaram em cobertura deficiente por parte de alguns veículos.

A cobertura do evento começou com a Press Conference, de onde jornalistas e influenciadores convidados seguiram para a Casa de Santa Tereza (um local de difícil acesso, mas ao qual chegaram com o uso de vans). A regra de ouro do evento era clara: “não se pode filmar, fotografar ou sequer mencionar que se está presente.”

Sendo assim, não deveria haver imagens do evento nem mesmo depois, já que ninguém poderia registrar nada. Um influenciador ao meu lado comentou: “poxa, isso pega mal pra caramba,” mal sabendo que, na verdade, pegaria super bem, enquanto aqueles que respeitaram as regras acabaram sem qualquer imagem para postar depois.

Muitas pessoas perguntaram ao Cabana: “Nossa, Ed, você estava no evento? Não vi nenhum story no Cabana.” Pois bem, estávamos lá, mas infelizmente não era para divulgar que estávamos. No entanto, um seleto grupo de pessoas não apenas revelou que estava presente, como também postou sobre isso e ainda foi favorecido, sem nenhuma intervenção por parte da organização do evento.

Depois disso, o Fan Event foi realizado no controverso Cine Odeon, um local que, infelizmente, hoje está tomado por moradores de rua, pedintes e usuários de drogas. Na minha opinião (e quem conhece o Rio provavelmente concordaria), não é o local ideal para um evento como esse. Mesmo assim, estávamos lá, e não havia uma fila clara para a entrada.

Por fim, uma única fila se formou para a entrada de algumas pessoas, incluindo fãs, influenciadores e jornalistas. Contudo, apesar da grande desorganização na entrada, a pior parte ainda estava por vir…

Distribuíram pulseiras azuis e brancas: as azuis eram destinadas aos fãs que ganharam convite para assistir ao filme, e as brancas, aos jornalistas credenciados pelas assessorias para o tapete vermelho. No entanto, vários jornalistas (inclusive os do Cabana) receberam apenas as pulseiras azuis, mesmo tendo sido credenciados para o evento, enquanto outros colegas ficaram com as pulseiras branca e azul.

Como recebemos a pulseira azul sem qualquer explicação sobre o que cada cor significava, fomos obrigados a entrar na sala de exibição do filme, onde ficamos por quase duas horas com o celular lacrado, sem saber o que acontecia fora do evento. Inclusive, ao descer as escadas, percebi que os portões do cinema estavam completamente fechados para impedir que qualquer pessoa saísse.

A situação do Cabana poderia ser bem pior, mas, através de diferentes listas, conseguimos colocar três pessoas do site no evento. Assim, pelo menos uma delas literalmente discutiu com a organização para permanecer no tapete vermelho, já que os mesmos 30 minutos exibidos na sessão nós, como jornalistas, já havíamos assistido desde domingo, tornando desnecessário ver novamente.

https://twitter.com/eitafritz/status/1937326176717979839

Note que, na maior parte do tempo, os jornalistas foram impedidos de tirar fotos do elenco no primeiro evento, como mencionei, e novamente foram barrados de estar no tapete vermelho com o elenco. Um colega, mesmo com a pulseira branca, foi educadamente expulso para dentro (literalmente isso), enquanto o verdadeiro evento acontecia do lado de fora, mesmo sendo o único representante do veículo presente. Isso aconteceu porque, ao distribuírem as pulseiras, não explicaram o significado delas. Esse amigo jornalista, por exemplo, ficou sem fotos originais do tapete vermelho, ou seja, sem a cobertura que era sua única missão, algo que foi impossibilitado de cumprir.

David Corenswet, Rachel Brosnahan e James Gunn foram o grande destaque do evento, como era de se esperar. Apesar de perrengues e falta de informações serem comuns em qualquer evento, nunca presenciei algo desse nível, nem mesmo em eventos muito maiores do que este.

E entenda que meu site, de certa forma, foi até contemplado para estar lá, pois uma das minhas credenciadas conseguiu o acesso e ficou do lado de fora. No entanto, às vezes, alguns colegas jornalistas acham que, só porque foram contemplados, podem minimizar o grande problema que uma parte considerável dos outros colegas enfrentou. Não acredito que essa seja a postura mais justa.

Espero que este seja o primeiro de muitos eventos e, mesmo que o Cabana do Leitor não seja convidado para os próximos, desejo de coração que os problemas identificados sirvam como base para melhorias nas próximas edições. Os fãs brasileiros da DC merecem isso.

Superman estreia dia 11 de julho nos cinemas.

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