Desolados com todas as perdas, os irmãos Winchester precisam descobrir como lidar com o filho de Lucifer, se recuperar após a perda de Mary e a morte de Crowley e Castiel.
Para aqueles que não querem spoilers e estão esperando a estreia no Brasil, posso e devo adiantar que a 13 temporada começou com tudo, com um episódio leve e esclarecedor, de partir corações. Mesmo depois de tantos anos, Supernatural ainda consegue surpreender.
O episódio começa exatamente onde a temporada anterior terminou, com Sam encontrando o filho recém-nascido de Lucifer e Dean ainda sem reação após ver Castiel ser morto.
Não demora muito até que ele reaja e vá ao encontro de Sam, que de forma sensata tenta argumentar com Jack antes de tomar qualquer decisão. Dean, por outro lado, retornou ao famoso “atire primeiro, pergunte depois“, o que assustou Jack e o afugentou. Desmaiado, Dean sonhou com sua mãe queimando no teto novamente.
Ao mesmo tempo em que os Winchester estão à procura de Jack, um grupo de anjos também está. E Jack, por sua vez, só quer encontrar seu pai. O que estaria tudo bem se seu pai não fosse quem é.
O Nephilim encontra uma lanchonete e fica por lá falando com uma estátua de pirata, repetindo sempre a palavra “pai”. O atendente que não pode ser demitido liga para sua mãe, que é a xerife da cidade e avisa do adolescente pelado falando com o pirata. Imediatamente, quando a Sheriff Christine chega, o primeiro instinto de Jack é recuar ao ver sua arma, mas ela só quer ajudar e Jack é levado para a delegacia.
Sam encontra a lanchonete em que Jack esteve e pergunta por ele. Enquanto isso, Dean é abordado por uma garota bêbada, que pergunta da sua mão recentemente machucada e reclama de uma colega de quarto chamada Becky.
Na delegacia, Jack é perguntado sobre seus pais e ele conta que sua mãe está no céu, mas que ele já deveria ter encontrado o pai. Jack é ingênuo e bastante calmo, ele tem alguns conhecimentos básicos, mas ainda tenta entender tudo a sua volta. Afinal, ele só tem algumas horas de vida. A atuação de Alexander Calvert é impecável e se torna ainda melhor quando Jack esclarece a maioria das coisas que nos perguntamos até o momento.
Quando Sam e Dean chegam na Delegacia, Jack está no meio de um surto por estar ouvindo a rádio dos anjos e Sam consegue para-lo com uma arma de choque. A delegada o prende em uma cela junto com o Nefilim e Dean precisa explicar o que está acontecendo.
Sem rodeios, ele vai direto ao ponto. “Nós caçamos monstros“, ele diz e explica que Jack é metade humano e metade anjo. A delegada consegue aceitar de primeira tudo o que Dean está dizendo e o questiona sobre eles serem “super-heróis“. Dean nunca admitiria, mas sabemos que é a verdade. Não se pode salvar o mundo mais de uma vez e não ser considerado um herói.
Sam novamente tenta conversar e entender Jack e é aí que o episódio nos surpreende. Jack não está procurando por Lucifer, ele considera Castiel como seu pai e Sam precisa dar a notícia de que ele está morto.
Jack não sabe que não é assim que funciona a paternidade, mas isso só reforça um dos dizeres da série que “família não é definida pelo sangue“. Ele considera Castiel como seu pai, pois sua mãe Kelly disse que ele o protegeria. E se você estava se perguntando porque ele atingiu a puberdade em 30 segundos, é porque Kelly o avisou que o mundo era perigoso e ele precisava crescer rápido.
Uma vez que essas questões são esclarecidas, é impossível não gostar imediatamente do Jack e querer protege-lo. Os produtores definitivamente acertaram em usar o plot “natureza vs criação” nessa temporada. Apesar de eu quase ter a certeza que em algum momento Jack irá se rebelar, gosto de pensar que ele se tornará um aliado dos Winchesters e não irá sucumbir ao lado negro da força.
Os anjos chegam até a delegacia e Miriam, a garota bêbada da lanchonete, tem uma sequência incrível de luta com Dean. Os anjos estão interessados em Jack, pois o Nefilim tem poderes quase ilimitados. Ao dizer isso, Dean cria uma breve esperança e espera poder usar Jack, mas Miriam deixa claro que ele não poderia trazer Cas de volta.
Essa cena foi interessante, pois mostra que a prioridade do Dean é o Castiel. E não de uma forma romântica – como parte dos fãs gostam de pensar -, mas antes até mesmo de Mary. E vamos combinar, depois do que vimos da Mary na 12 temporada, é compreensível que ele não pense nela de primeira, apesar de tê-la perdoado.
No meio de toda luta, Clark, o filho da Sheriff sai machucado e Sam continua a defender Jack. E agora que a semelhança com Castiel foi explicada, ainda tem um paralelo com a primeira aparição do anjo no 4×01, que também levou uma facada e ficou bem.
Após toda a sequência de luta, Dean concorda em levar Jack para o Bunker, pois assim ele não machucaria mais ninguém além deles, mas continua com o pensamento de matá-lo.
No final do episódio e também na melhor parte, Sam ainda tenta convencer Dean de não fazer um enterro de Caçador para o Cas, sugerindo que eles pedissem que Chuck/Deus o trouxesse de volta. E Dean responde “Não acha que eu tentei?”, então voltamos para o momento no início do episódio em que Sam está perguntando por Jack e Jensen Ackles nos entrega uma cena muito emocional, em que Dean ora para Chuck com toda a sua sinceridade, mas não obtém resposta.
Para finalizar, Sam ensina Jack a se despedir em funerais e foi difícil segurar as lágrimas. Mesmo sabendo que o “adeus” para o Castiel é um “até logo”. Já foi confirmada a volta do personagem no 3 episódio. Ele está em um lugar nunca visto antes, mas já mencionado na série. Minha aposta é que ele está no “Vazio”.
Supernatural vai ao ar todas as quintas na CW. No Brasil, a nova temporada estreia dia 24 de Outubro.