Talvez você já tenha se esbarrado com a história de Gypsy Rose em algum momento de sua vida, quem sabe até mesmo no artigo do BuzzFeed, mas creio que esta probabilidade seja em menor porcentagem para com a sua concretização do que deveria, visto que esta narrativa não alcançou a indústria midiática brasileira de maneira muito aparente.
Mesmo que espalhafatosa, a história digna de um documentário, Mamãe morta e querida (2017), e uma série, The Act, apresenta um enredo muito misterioso e dramático, na qual são retratadas as vidas de Dee Dee (Patricia Arquette) e Gypsy Rose (Joey King), respectivas mãe e filha que viviam juntas em uma relação de interdependência, em base de uma Síndrome de Munchausen adquirida por Rose, ainda que por delegação.
Para quem não conhece, a história narra a vida de Gypsy Rose, uma menina diagnosticada falsamente com câncer, epilepsia, paralisia, intolerância à grande parte dos alimentos, traumas, e diversas complicações em seu quadro de saúde. A menina, desde a infância, foi orientada de que deveria agir como doente, e obrigada a viver uma vida de insuficiência, tudo devido à superproteção instaurada no psicológico de sua mãe, que utilizava da situação e da comoção de fundações para receber viagens, casas, patrocínio e tudo mais. Ao viver em uma situação de aprisionamento indesejável e inconsciente, a jovem perde mais de 20 anos de sua vida, em favor do contumaz segredo de sua mãe.
De início, somos recebidos com uma cena, no qual policias atendem uma chamada de delato e se direcionam ao local indicado. Ao chegarem, vasculham a casa em estado de abandono, e encontram o corpo de Arquette esfaqueado em cima de uma cama. Enquanto isso, ouvimos e vemos ao fundo a curiosidade e preocupação dos vizinhos em relação ao ocorrido.
Logo após, o enredo se atrasa em sete anos, e somos apresentados ao momento em que a família disfuncional se muda para um novo bairro, em busca de uma nova vida e de novas oportunidades. Mais à frente, conhecemos também um pouco mais do desenrolar da relação materna entre as duas, além da incrementação da trama adjacente de seus vizinhos.
No drama, vemos a incrível atuação de King (A Barraca do Beijo), e da vencedora do Oscar Arquette (Boyhood – Da infância à juventude), de uma filha doce e amável e uma mãe obsessiva e sociopata, personificada de uma forma incrível, cuidadosa e protetora. Ambas mostram que sabem o que estão fazendo, e demonstram uma didática surpreendente ao viver os aclamados papéis.
Atualmente a série é exibida no Hulu, nos Estados Unidos, e não tem previsão de estreia no Brasil.