“Uni Dune Tê (…) O Escolhido Foi Você!”
E assim todos nós sentimos uma pancada forte na cabeça, e como doeu, doeu mais do que podíamos imaginar, afinal, apenas um estava de bom tamanho, né? Mas ele fez questão de esmagar mais um crânio diante dos nossos olhos, e esse foi ainda mais doloroso, acho que nesse momento deixamos de ser meros espectadores e nos transportamos mentalmente para aquela armadilha de puro sofrimento; entramos em choque coletivo.
The Walking Dead retornou assim, sem enrolação ou muito papo para pouca ação, dando uma paulada não apenas na cabeça de dois personagens muito queridos e bons, como estourando a cabeça do público, que foi a loucura do primeiro minuto ao último do episódio; acho que mesmo sabendo que não haveria uma saída melhor para aquela situação, nós não poderíamos imaginar que assistiríamos uma hora de muita violência e tortura psicológica.
Negan é sem dúvida o pior vilão da história das séries até agora (pelo menos das que eu assisti) e a direção de TWD não poupou esforços para nos mostrar que dessa vez a série deu um enorme salto e, que não será nada fácil destruir alguém que de tão insano deve sentir prazer ao morrer, dessa vez não parece que haverá uma solução, mesmo que todos nós saibamos que no final tudo acabará bem, é simplesmente impossível pensar em uma saída agora; não tem perdão, nem negociação, apenas diálogos destruidores e cruéis.
O episódio, apesar de causar muita tristeza e até ânsia de vômito, definitivamente foi de um nível muito superior em comparação com os outros da série, dessa vez sentimos o medo enraizados nas entranhas do nosso estômago e cada cena nos tirava um pouco do fôlego que ainda restava. Os cortes impecáveis das filmagens, o suspense equilibrado, os feedbacks de cada personagem e as surpreendentes ações doentias de Negan, causaram uma tensão, um terror, que mesmo estando confortavelmente em nossas camas ou sofás, queríamos fugir dali.
Com ultraviolência sem limites, o acerto de contas foi além do previsto, como Negan disse “Lucille está sedenta por sangue”. E apesar da boa dose de psicopatia, mesmo com decadência e pânico, ainda existe coragem, e foi lindo ver cada ator dando a alma para o personagem, aqueles olhares compunham o roteiro melhor do que qualquer palavra ou frase de efeito.
O episódio superou expectativas, mas a 7ª temporada da série promete ser sanguinária e devastadora, trazendo o sentido real de como é viver em um mundo apocalíptico. A sensação de morte ainda nos envolve porque não há mais vida onde não se pode ter nem a chance de tentar sobreviver.
Revisado por: Bruna Vieira.