Taika Waititi tenta repetir fórmula utilizada em Thor Ragnarok e acaba deixando o herói ainda melhor. Óbvio que ainda temos aquelas piadas quase que fora de tempo e de tom como parecem sempre ser solicitadas em filmes de herói, porém nesse filme são um pouco mais reflexivas que lembram um pouco o estilo do diretor em Jojo Rabbit.
Em Thor: Amor e Trovão, o Deus do Trovão tenta se reencontrar e entender seu local no mundo, após se recuperar de uma depressão profunda no qual passou em Vingadores: Ultimato. E tratar esses assuntos pesados com leveza tragicômica é a marca de Waititi, o que já fez todos do cinema baterem palma nos primeiros dez minutos de filme.
Thor e seus amigos…
Mas não paramos por aÍ: o personagem de Chris Hemsworth além de lidar com esse turbilhão de emoções, ainda por cima encontra sua ex, Jane Foster (Natalie Portman) – como já mostrado nos trailers, ela retornará nesse filme.
Ao contrário do que muitos pensaram, os Guardiões da Galáxia não ganham destaque nesse filme e as aventuras de Thor junto a eles não é muito mostrada, porém vimos uma completa logo nas primeiras cenas. Onde, após salvar o dia, eles ganham de presente duas cabras que… eu não consigo nem explicar como elas são importantes pra o filme! Eu não conseguia me controlar de rir que nem uma criança quando ambas apareciam.
Korg (Taika Waititi), o amigo que Thor fez em Ragnarok e que costumava perder no Fortnite para o Noobmaster, também o acompanha nessa aventura e ocupa um espaço de narrador em cenas que explicam a vida do protagonista e geram momentos sensacionais. O momento no qual ele narra a vida amorosa de Thor e Jane – apesar de cômico – é bem emotivo. E, acho que essas duas palavras resumem bem esse filme.
Christian Bale como Gorr está sensacional
Neste filme, eles tem a missão de deter Gorr, o Carniceiro dos Deuses (interpretado por Christian Bale) enquanto ele segue numa missão incansável de matar todos os Deuses, um a um. Essa missão leva nossos heróis a locais que ainda não tínhamos visto no MCU e nos mostra outros Deuses, como Zeus (Russell Crowe), por exemplo. E gera uma conexão tímida com o problema/personagem macro que acontece nos quadrinhos algumas vezes. Gostei que trabalharam e mostraram visualmente a fiel história da Poderosa Thor e isso cria uma conexão gigante pela personagem de Natalie, que havia sido esquecida durante a conclusão da última fase. Não pouparam também tempo nenhum em explicar a origem do vilão, criando um vilão pelo qual o público consegue criar empatia pela causa.
Preciso destacar Bale sendo sensacional como sempre e um final de filme sensacional. Eu sempre fico preocupada com o terceiro ato dos filmes da Marvel, por sempre perderem o ritmo, porém em Thor isso não acontece. Senti uma perda de ritmo no segundo ato, mas não no terceiro.
O terceiro ato é ELETRIZANTE. Tem uma cena com várias crianças bem bacana e as crianças que participaram são filhos e filhas do elenco e isso tornou a energia bem mais contagiante, com músicas de Guns n’Roses tocando ao fundo deixando tudo ainda mais especial. Nesta cena, conseguimos ver o amadurecimento de Thor e, finalmente, ele conseguindo entender quem ele é.
Eu adorei todas as músicas que Michael Gianchinno criou para este filme, quando eu me arrepiei com as cenas tão ornadas com as músicas, eu já sabia quem tinha as feito e falei: BRILHANTE!
Por fim…
Como disse, Watiti não errou no seu terceiro ato e nem apelou a finalizações preguiçosas que chamamos de “discurso no jutsu” (ação do vilão se entender mau por causa de um discurso do herói) por ai tsc tsc. Ele não faz o que é esperado e cria um final tão sensível e quentinho quanto um abraço. Cenas de luta regadas de rock and roll e muito especial pra família, viu. É muito mais do que apenas piadas.