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Turnê do My Chemical Romance tem eleições livres, sequestro e execução pública

My Chemical Romance oferece um show espetacular nos Estados Unidos para marcar o início da nova turnê internacional da banda de pop rock.

Ed Rezende
4 Min Ler

Uma das bandas mais cativantes desde sua criação, My Chemical Romance está embarcando em uma nova turnê, agora com uma abordagem inédita que combina uma teatralidade no palco jamais vista.

Em Seattle, cidade localizada no estado americano de Washington, a banda iniciou sua nova turnê com uma teatralidade extrema, muitas vezes dando a impressão de se estar assistindo a um musical ao vivo em um teatro, e não apenas a um show de uma banda de pop rock.

My Chemical Romance
Foto da banda My Chemical Romance kellymason

O conceito do show apresenta as letras da banda escritas em algo que parece russo, enquanto a própria banda se assemelha a uma banda soviética. A música “Mama” ganhou uma nova identidade que poderíamos chamar de “mãe Rússia”. Durante todo o show, que lotou completamente o estádio de futebol americano T-Mobile Park, a banda entregou seus clássicos dos álbuns “The Black Parade” e “Three Cheers for Sweet Revenge”.

Durante quase todo o show, um homem subia ao palco e entregava uma folha para Gerard Way (vocalista da banda) com instruções a serem cumpridas, até que, em certo momento, ele desobedece as ordens e leva um tapa na cara. Em outro ponto, o público decide se deve haver uma execução no meio do show. A música “Mama” (ela novamente) ganha uma versão tipicamente russa, e a banda é constantemente acompanhada por figuras que parecem ser agentes do regime, sempre posicionados atrás, vestidos como soldados.

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Foto da banda My Chemical Romance kellymason

Gerard Way se apresentou no show caracterizado como um Coringa inspirado no estilo de Joaquin Phoenix. Mantendo-se no personagem o tempo todo, ele chamou a multidão para participar de uma sombria “prática da democracia”, enquanto quatro figuras amarradas e encapuzadas e um pelotão de fuzilamento militar surgiam no palco. (Spoiler: ninguém sobrevive.)

Em certo momento, Gerard começa a ler um livro e ri, aparentemente de si mesmo, alternando entre lamentações e ilusões. Enquanto “Teenagers” é tocada, um programa com estilo soviético aparece no telão, seguido por “Disenchanted”, que apresenta uma nova sonoridade criada pelos talentosos instrumentistas da banda: Frank Iero, Ray Toro e Mike Ray.

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Foto dos fãs do My Chemical Romance kellymason

Por fim, o vocalista é apunhalado enquanto canta “The End”, um desfecho apropriado para quem ousa desafiar o regime, enquanto os outros membros da banda são sequestrados. O regime então o substitui por um bobo da corte, acompanhado pela música “Blood”, que explode no final. Para encerrar, tocando os sucessos do álbum conhecido por “Helena”, há um solo de violoncelo de Clarice Jensen.

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Com um cenário distópico e fortes influências soviéticas e da Guerra Fria, a produção parecia assustadoramente pertinente em uma época de crescentes tensões internacionais.

O show da banda My Chemical Romance, promovido pela empresa 30e, será realizado no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 5 e 6 de fevereiro de 2026.

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