A Valquíria (também conhecida como Brunhilda) na verdade é um espírito que já se hospedou em várias personagens nas tramas das HQs. É conhecida como o anjo da morte por liderar As Valquírias, deusas guerreiras responsáveis por levar as almas dos mais corajosos guerreiros mortos em batalhas, aos salões de Valhala; em nome do próprio Odin.
“Quando a popularidade de Thor aumentou, o mesmo ocorreu com os seus personagens coadjuvantes – e eles não ficaram apenas na revista do Deus do Trovão. Logo, outros começaram a pulular de todas as maneiras nos outros títulos da Marvel. Em The Avengers 83, Roy Thomas apresentou uma das personagens mais intrigantes da mitologia nórdica: a Valquíria!” Ed Hammond, editor da Marvel, Panini UK.
Valquíria já combateu os mais temidos e poderosos adversários, sendo em Asgard, respeitada e jamais questionada pelo seu sexo. Mas ao ser enviada para a Terra, Valquíria se encontra em meio a uma sociedade ignorante e menos esclarecida que cria adversários e até mesmo aliados que constantemente colocam à prova sua força e seus poderes; que julgam-na fraca por ser mulher; claro, sempre sendo convertidos – geralmente de forma brutal.
Recentemente, Valquíria faz parte das Defensoras. Um grupo de mulheres com habilidades especiais e poderes não-humanos que combatem criminosos terráqueos e forças sobrenaturais.
Agora imaginem tal cenário: um personagem forte, ágil e impulsivo; páreo para qualquer outro, que desafia o próprio soberano e que mesmo sem seus poderes, consegue lutar contra oponentes. Tal personagem – que na verdade é uma divindade – acaba se perdendo de sua missão inicial, e após provar as dores e os prazeres da vida humana, precisa retomar à suas obrigações como divindade e deixar pra trás a nova vida que havia construído. Um personagem com a força de 100 homens, que cavalga em um cavalo alado e carrega uma feroz espada; que constantemente tem que provar a sua força e seu poder aos que duvidam, e que acaba combatendo à própria família.
Tal personagem seria digno da popularização de Thor, por exemplo, sendo ele tão poderoso quanto o próprio filho de Odin? Então porque não temos destaque para esse personagem? Infelizmente pelo fato do espírito de Brunhilda se manifestar em mulheres, e como sempre, hiperssexualizada, ela acaba não sendo levada à sério pelos leitores; mesmo dando exemplos e mais exemplos do seu poder, me parece que a Marvel ou talvez os próprios leitores prefiram incluí-la apenas em listas como “As personagens mais Sexys das HQs” (sim, isso existe, e é patético).
Felizmente, como acontece com outras super-heroínas, o mundo está mudando e as mesmas estão conquistando o espaço que merecem. Quem sabe depois da primeira aparição da Mulher Maravilha nos cinemas – em pleno 2016 -, não teremos os destaques justos que nós e nossas representantes femininas desesperadamente precisam!