A saga Instrumentos Mortais, de Cassandra Clare, não teve uma boa adaptação cinematográfica. Embora o começo da história tenha sido fiel ao livro, o final do filme implantou diversos acontecimentos que não existem na trama literária. Particularmente, ao ver uma saga sendo adaptada, gosto que seja o mais fiel possível aos livros. Logicamente que devido à diversos fatores, como orçamento e tempo, é praticamente impossível que seja igual.
Em uma tentativa de salvar a boa história, houve uma segunda chance para Instrumentos Mortais. A série de TV ‘Shadowhunters’ está no ar na TV americana e é baseada na saga. Dois episódios já estão disponíveis na internet e na Netflix, que adquiriu os direitos de transmissão. O que nós não esperávamos é que ela seria MUITO pior que o filme. Veja 4 fatores que comprovam que a série Shadowhunters é pior que o filme ‘Instrumentos Morais: Cidade dos Ossos’.
1 – Protagonistas com atuações fracas
Embora tenham uma aparência física mais fiel à descrição dos livros, os atores Katherine McNamara e Dominic Sherwood não captaram a personalidade de seus personagens. Eles interpretam os protagonistas da saga, Clary Fray e Jace Wayland. Atuação fraca, muito fraca. Clary é uma menina doce e tímida, que apenas com o decorrer da história, começa a ganhar confiança. A Clary da série já no primeiro episódio mostra atitude, não tem absolutamente NADA de tímida. Já Jace, é confiante e orgulhoso, não demostrando seus sentimentos com facilidade. Na série, ele praticamente se apaixona à primeira vista por Clary e não tem nenhum aspecto de líder.
2 – O Instituto
Sério, WTF?! Eu não sei o que deu nesses produtores, mas esse Instituto tá mais para Star Labs (da série The Flash) do que o castelo que treina os Shadowhunters nos livros. Uma breve descrição: o Instituto na trama literária é um lugar misterioso, ANTIGO, com quase nenhum Caçador de Sombras. Ele possui bastante livros e um arsenal de armas para o treinamento dos novatos. Na série, ele é um lugar MODERNO, cheio de tecnologias e com MUITOS Caçadores de Sombras. Nada a ver com nada.
3 – Mãe da Clary
A atriz Maxim Roy está fiel aos livros. Uma mãe preocupada e que escondeu da filha o seu maior segredo. Até ai, tudo bem. Mas quando ela resolve contar para Clary que ela é uma Caçadora de Sombras, tudo desanda. Primeiro que a conversa telefônica das duas, que foi exemplificada nos filmes e está nos livros, é um ponto crucial para mim. Na série, ela conta super rápido e pessoalmente para Clary o que ela é, e depois joga a filha por um portal. Jocelyn Fray foi sim uma grande guerreira, mas só no final da saga que ela demostra suas habilidades de luta. Na série, ela já pega uma Lâmina Serafin (principal arma usada pelos Shadowhunters) e luta bravamente. Achei meio forçado.
4 – Luke
A escolha de Isaiah Mustafa para o papel de Luke Garroway foi boa. Entretanto, a mudança de profissão dele foi totalmente desnecessária. De dono de uma livraria ele passou a ser… policial?! Qual o sentido dessa mudança tão drástica?
Embora a série só tenha dois episódios, pelo andar dos caminhares, não acredito que ela vá melhorar. O fato de ser uma série, possibilita que haja um maior aproveitamento da história, uma vez que a trama pode ser dividida em mais de uma temporada, além de o total de episódios somar muito mais tempo do que o disponível para a produção de um filme – mesmo que seja um ao estilo Tarantino, com mais de 3 horas. Agora só nos resta esperar e ver se a ABC vai conseguir melhorar ou estragar ainda mais – se isso for possível né.