Ontem(domingo) tivemos a estreia da segunda temporada de Young Sheldon e a série continua a nos mostrar, sempre com uma pitada de ironia e muitas referências a seu seriado de origem, como Sheldon Cooper se tornou Sheldon Cooper.
A série que deu origem a esse prequel está em sua última temporada, mas aparentemente, no universo de Sheldon Cooper, sua infância por si só já é o suficiente para nos dar uma nova série de qualidade.
Após uma primeira temporada de sucesso com aproximadamente 12 milhões de expectadores semanalmente nos EUA, a comédia dramática da Warner sobre a infância de um dos mais queridos e complexos personagens da Série The Big Bang Theory aborda de maneira mais leve temas como alcoolismo, bullying, ciúmes dos pais e a necessidade de se aprender a lidar com o diferente.
Essa segunda temporada começa com o jovem Sheldon ligeiramente mais velho e teoricamente mais sábio que na primeira temporada. O tom da série continua mais amoroso em relação a Sheldon e sua família, coisa que não acontece em seu sequel. Para o jovem Ian Armitage, intérprete de Sheldon em sua versão criança, isso ocorre porque “a série mostra um Sheldon mais jovem e vulnerável, porque ele ainda não achou seu lugar no mundo”.
Neste primeiro episodio da nova temporada, vemos desde um raro momento de afeto entre Sheldon e Missy, sua mãe aprendendo a lidar com Shelly encarando o mundo real até Sheldon e seu pai tendo um momento pai e filho que nos deixa levemente mais apaixonados e surpresos com nosso pequeno gênio.
[SPOILER ALERT]
Principais cenas do episódio, by me:
Sheldon se considerando uma pessoa hipersensível a tudo. Tão eu, mas tão eu que eu ri lembrando da minha infância e vida adulta evitando chiclete de canela haha. Ouvir pessoas mastigando, sentir cheiros de uma distância considerada anormale barulhos que ninguém mais parece ouvir(me identifico tanto com a versão kid do Sheldon que eu fico impressionada) levam o jovem Sheldon a desmontar a geladeira nova de seus pais apenas pra descobrir a origem do barulho que não saia de sua cabeça.
Ver Sheldon chorar após uma bronca do pai pelos duzentos dólares que serão gastos no conserto da geladeira é algo que me choca e humaniza o personagem. Porque vê-lo chorar, ainda que sendo uma criança, é chocante para quem assiste The Big Bang Theory e conhece a versão adulta de Sheldon a 11 anos. Choca também sua irmã, que numa rara cena mostra Missy abraçando e consolando seu irmão enquanto ele chora.
A cena em que Sheldon se estressa na mesa de jantar após uma longa semana acordando cedo para entregar jornais a fim de conseguir pagar o conserto da geladeira de seus pais que ele mesmo havia quebrado ao desmontar para consertar(me lembrou minha infância e todos os radinhos os que eu desmontava só pra descobrir como funcionavam),ele aguarda uma bronca e um castigo de seu pai, mas acaba por descobrir que seu pai é humano e seu pai nota que Sheldon também é nos minutos finais do episódio trouxeram lágrimas aos meus olhos, confesso. Porém essas lágrimas foram seguidas por gargalhadas com o final engraçadinho.
[FIM DO SPOILER]
A fotografia e iluminação da série, mantém a paleta de cores da primeira temporada, com muito amarelo, verde e azul. Mantendo assim também a ideia de um sonho ou lembrança o que legitima a narração de Jim Parsons que é a própria encarnação do Sheldon Cooper adulto.
A direção e a produção da série trabalham de forma a mesclar de maneira ímpar a comédia e os momentos dramáticos, humanizando e nos mostrando como e porque nós temos que pensar muito bem antes de dizermos que conhecemos uma pessoa, ou nesse caso um personagem.