Dirigido por Don Hall, detentor do Oscar de 2015 pela animação Operação Big Hero 6 e também o nome por trás de Raya e o último Dragão, a expectativa é de quentinho no coração, personagens cativantes e um visual incrível para Mundo Estranho.
A nova animação Disney chegou às telonas nessa quinta-feira (24) e tem tudo para ser uma queridinha. A história começa em Avalona, onde o lendário Jaeger Clade lidera uma expedição afim de explorar além das grandes montanhas geladas na companhia de seu filho desajeitado, Searcher Clade, e alguns estudiosos. Em uma dessas perigosas viagens, Clade filho encontra uma espécie de planta diferente e sugere voltar para estudá-la, mas seu pai não concorda e segue viagem sozinho, desaparecendo.
Vinte e cinco anos mais tarde, Searcher vive com sua família na gigante plantação daquela espécie encontrada. Agora, todos o exaltam pela sua descoberta, que trouxe mais tecnologia àquela civilização. Mas algo de errado começa a acontecer com os frutos capazes de gerar energia para a cidade, então o governo convoca Clade filho para uma viagem até a raiz do problema, onde acabam mergulhando de cabeça em um mundo estranho com fauna e flora jamais vistas.
Mundo Estranho é uma animação dinâmica, com personagens humanos e cenários deslumbrantes, mas não é só isso. Diferente de grande parte dos filmes, dessa vez, a produtora deu voz à problemáticas que vem lhe rendendo duras críticas.
O herói dessa história é um adolescente abertamente homossexual que conta com o apoio de seus pais. A trama não gira em torno desse relacionamento, mas isso é explicitado em diálogos durante todo o longa de forma natural, o que é um ponto bastante positivo. Familiarizar e normalizar a diversidade é sempre tido como vitória, mesmo sendo por meio de uma indústria que já pecou muito com a comunidade.
A segunda abordagem importante de Mundo Estranho é que entrega questionamentos nada infantis. Durante todo o filme, Searcher conversa com seu filho sobre a infância ruim acerca das obrigações e expectativas vindas de seu pai, que o forçava a ser e fazer algo que o mesmo não queria. Sem perceber, Searcher projeta suas vontades também em Ethan, o que desenvolve situações que podem levar o público mais velho à refletir sobre esse problema tão comum, que é carregado por gerações e nunca posto à prova.
Com cenários encantadores e um plot insuperável, a mais nova produção da empresa do Mickey pode render boas risadas e ensinamentos. Essa é uma ótima aventura para assistir com a família reunida.