O Rei Leão é uma das animações mais esperadas desse ano. Sua história é marcante desde crianças até jovens e adultos, ou seja, não tem nenhuma faixa etária que não se encante com esse enredo tão maravilhoso.
Ele é o 32º filme animado de longa-metragem da Walt Disney Pictures, lançado em 1994 e a animação com a maior bilheteria na história! – pelo menos entre os clássicos da era pré-digital.
A história já é muito bem conhecida por todos, contando a história de Simba, um pequeno leãozinho que é filho de Mufasa, o Rei Leão, e da rainha Sarabi. Quando Simba se vê injustamente acusado pela morte de Mufasa, sua única chance de salvar sua vida é se exilar das Terras do Reino. Ele encontra abrigo junto a outros dois excluídos da sociedade: Timão e Pumba, que vão lhe ensinam a filosofia do “Hakuna Matata” (sem preocupações).
O sucesso foi tão grande que a história rendeu uma continuação, séries de televisão, foi tema de um jogo de computador, adaptação teatral com musicais que nunca deixam de fazer sucesso, entre todas essas adaptações a certeza é que O Rei Leão nunca deixa de aquecer os corações daqueles que são marcados por essa animação.
Leia a primeira crítica do filme O Rei Leão.
No filme, é impossível não criar uma expectativa desde o seu início. O live-action tem a vantagem sobre o expectador, já este se mantém atento a tela – pelos menos no início – e aos detalhes. Além disso, é inevitável não se emocionar com aquela abertura e trilha sonora tão marcante e inesquecível.
Algo relevante quando for assistir ao filme, é tentar não associar tudo a animação original. Não faça isso! Caso contrário, sua experiência não vai ser tão agradável.
Os cenários e os personagens conseguem levar todos para um hiper-realismo, positivamente falando. Você se sente realmente perdido em um universo paralelo da África, quase se esquecendo que está assistindo a um longa-metragem completamente feito em computação. Porém, nem tudo é belo… O lado negativo é que o realismo ultrapassa aquela magia de ver a reação dos personagens em cada contexto de falas e cenário. É compreensível que seja dessa forma – animais reais não tem essas reações – entretanto isso não deixa de provocar um certo incômodo no expectador.
É impossível não se apaixonar por cada paisagem. Quando uma cena aparece, fica evidente que cada detalhe foi profundamente trabalhado, tentando transpassar e carregar a riqueza africana , além das paisagens, registra-se a presença de vários tipos de vegetações e o realismo destacado em cada personagem.
Jon Favreau, diretor do remake, consegue fazer com que cada parte da história ficasse conectado. Claramente um trabalho muito centrado. Não teve aquela mudança na tela mostrando uma cena aleatória, tudo tinha uma continuidade, se ligando na história de forma plena.
Apesar de todos essa beleza, é perceptível que a nostalgia tem forte impacto e carregar boa parte do filme, mais do que a particularidade do enredo. Isso se tornar perceptível no juvenil Simba, todas as suas características e realismo conseguem ser magnificas, mas não passa a sintonia e conexão necessária nos diálogos, não tem aquela suavidade das falas com o realismo. Você pode sentir que falta algo no cenário, algo se perdeu ou uma sensação de que as vozes estão flutuando sem definição, você não sente que tudo ficou traduzido perfeitamente na tela.
Já Timão e Pumba certamente são o que conseguem realçar o esplendor e vitalidade da história. Em cada cena, eles conquistam e passam a graça e humor da animação original, misturando o realismo do enredo e dos próprios personagens, essa união alcança e prender o expectador. Além disso, sua trajetória com Simba atinge um patamar de intimidade diferencial do original, única e cheia de charme.
Um interessante realce nas cenas pode ser dada para as hienas. Elas estão com uma atmosfera bem mais sóbria – assim como Scar – do que na animação original. Isso acontece desde os detalhes de cada personagem, sendo possível sua diferenciação, até atingir cada cena em que elas aparecem. Além disso, suas cenas são carregadas de humor, trazendo levezas e equilíbrio e suas falas se encaixam com sutileza no realismo.
A trilha sonora é certamente uma das mais impactantes e que ganha grande expectativa. As letras das músicas estão um pouco modificadas (pelo menos no filme legendado) mas o ritmo, sintonia e significância continuam transbordam, fora que ouvir a voz de Beyoncé nas telas é quase imensurável de tão belo – que voz! Mas também deve ser ressaltado o elenco de vozes escolhido em todo enredo, cheio de representatividade, poder e profissionalismo.
Temos várias cenas memoráveis no filme, que obviamente, foram concretizada e mantidas. Algumas cenas continuam notáveis, embora não se tenha a mesma emoção do original, além de algumas delas terem sido diminuídas, causando uma estranheza.
Podemos sugerir que embora o live action venha atingir inúmeros fãs da animação, ele também carrega como objetivo, atingir essa nova geração que pode não ter conhecimento do original e adorar cada detalhe desse hiper-realismo.
A nostalgia vai carregar nas cenas um pouco da emoção, é inevitável, mas não quer dizer que seja suficiente para ser caracterizado com um live action de derrubar lágrimas – tirando a morte de Mufasa, não tem como não sentir pelo menos um aperto na garganta – mas o filme tem uma perceptiva e meticulosa apresentação. Não parece ser um filme que muitos vão ter desejo de assistir uma segunda vez, mas recomendo que todos assistam, principalmente os apaixonados pela animação de 1994 e tirem sua própria conclusão!