A crise trabalhista vivenciada pelos Estados Unidos é um assunto que ganhou muito espaço nos jornais americanos recentemente e isso é pauta na Activision Blizzard.
A empresa Activision Blizzard, onde uma série de condutas inapropriadas no local de trabalho acarretou um nível nunca visto de organização trabalhista na editora de Call of Duty, gerando uma greve que se sustenta até hoje e a distribuição de cartões sindicais. (via Kotaku)
Agora, após a compra da Activision Blizzard pela Microsoft, o problema repousa nas mãos da Xbox, que até o momento vem se esquivando em dar qualquer posicionamento sobre a questão das demandas trabalhistas herdadas.
O chefe da Xbox, Phil Spencer, que será o responsável pela desenvolvedora a partir de agora, ao ser questionado pela Aliança dos Trabalhadores ABK (Activision Blizzard King) a respeito destas questões, disse não estar familiarizado com os sindicatos para dar uma posição.
Em entrevista dada ao Washington Post, Spencer disse “eu não tenho muita experiência pessoal com sindicatos. Trabalho na Microsoft há 33 anos. Então eu não vou fingir ser um especialista nisso, mas digo que conversaremos sobre o que os capacita a fazer o melhor trabalho, o que, como você imagina em uma indústria criativa, é a coisa mais importante para nós”.
Contudo, com os recentes acontecimentos trabalhistas nos Estados Unidos, que movimentam negociações do Google, aos bares, é difícil acreditar que um executivo do porte do Phil Spencer não teria qualquer conhecimento sobre o funcionamento dos sindicatos laborais, principalmente porque, como mencionado, as lutas por melhorias no local de trabalho também alcançaram a indústria de jogos.
A ideia de ficar esperando que as negociações ocorram entre quatro paredes não é muito boa, já que a Activision Blizzard abordou o assunto da mesma forma e não obteve sucesso, conforme demonstra um dos e-mails enviados pelo chefe administrativo da Activision Blizzard, e ex amigo de Donald Trump, Brian Bulatao, no mês passado onde dizia “Nós acreditamos que o diálogo direto entre gestores e empregados é essencial para o sucesso da Activision Blizzard” e concluía com “Há múltiplas vias internas para diálogo, tanto direta como anônima”.
Os funcionários da Activision Blizzard já afirmaram que irão manter sua luta por melhorias na relação de trabalho mesmo após a compra feita pela Microsoft, onde, entre outras coisas, pedem pela transparência na métrica de pagamento e auditoria das políticas laborais por um terceiro “neutro”.