O longa Querido Evan Hansen, adaptado de um musical da Broadway com o mesmo nome, e que também conta com adaptação em livro.
O longa é dirigido por Stephen Chbosky (As Vantagens de ser Invisível), e tem nomes famosos em seu elenco como Amy Adams e Julianne Moore que brilharam em “A Mulher na Janela” e Kaitlyn Dever (Inacreditável).
Estrelado por Ben Platt (A Escolha Perfeita), que também atua como protagonista no musical homônimo dá vida do Querido Evan Hansen, um adolescente que enfrenta depressão e crises de ansiedade. A atuação de Plat é inegavelmente caprichada, sobretudo na parte musical do longa, que tem uma trilha sonora digna da Brodadway. As composições tem muita harmonia com a cena, a melodia e a performance do elenco.
Querido Evan Hansen tem uma boa fotografia, os detalhes nela são impecáveis, porém as legendas são confusas em algumas partes, pois diálogos e mensagens se confundem muito, o espectador não consegue se concentrar em um só, deixando aquela dúvida do que leu na cena em questão.
Mesmo tendo pontos tão positivos, há momentos em Querido Evan Hansen que a atenção da tela se esvai, o tempo parece não passar, parece ser mais longo do que realmente é, e a demora em abordar as histórias torna a espera cansativa e os momentos musicais se tornam o ápice de tudo.
O roteiro também é lento, e as histórias não se desenvolvem conforme esperado, te deixando com questões que são resolvidas fora da linha do tempo estabelecida.
Os diálogos são clichês, os cenários mal elaborados, e pode ativar gatilhos desnecessários nos espectadores sem sequer um aviso prévio. As questões de saúde mental são apenas jogadas no roteiro e não tem abordagem que seria ideal para tratar um tema com tanta importância, até de forma irresponsável por vezes.
Como Chbosky já havia tratado o tema antes em “As Vantagens de ser Invisível” e feito isso de uma forma digna, é esperado que esse fosse bem desenvolvido e fluísse melhor, as piadas são muito temporais, uma linguagem feita para adolescentes e pouco foco no publico adulto que talvez fosse o foco do publico do filme.
Outro ponto preocupante é a culpa do transtorno mental que é jogada no colo dos pais em tentativa de justificar a atitude erradas dos personagens, como se fossem os vilões da história e não tivessem seu próprio espaço para desenvolvimento na trama.
O desfecho não é dos melhores, e ainda deixa pontas soltas, sem muitos altos ou um final desejável condizente para a historia uma vez desenvolvida.
Perguntas importantes não são respondidas, como do próprio protagonista, e é bem previsível. Para um longa que se desenvolve lentamente, um final mais bem feito é esperado, sem pressa, sem correr e o banho de água fria acaba sendo cruel.