O novo filme de Ari Aster, diretor de Hereditário, tem dado o que falar. Considerado perturbador e sangrento, o longa é feito para deixar a audiência desconfortável. Ele foge dos padrões clássicos do terror, então não vá ver o filme esperando sustos e espíritos.
“Midsommar” conta a história de um grupo de universitários americanos que são convidados, ou atraídos, por um amigo sueco para um festival de verão no interior do país, o que acaba envolvendo uma série de rituais.
A muito tempo atrás o festival Midsommar era praticado na Suécia como um festival pagão que comemorava a chegada do verão e do maior dia do ano. Hoje em dia o festival é todo sobre a natureza e a “chegada da luz”.
O filme trás também muita mitologia nórdica. Infelizmente se você não tem nenhum conhecimento sobre tal, o longa pode parecer mais perturbador e estranho que o normal. Não há um espaço para explicações, Aster nos mostra as ações, nomes, símbolos, rituais pagãos e sacrifícios relacionados a mitologia mas não explica o básico para seu público.
O filme foge completamente dos padrões clássicos de um longa de terror. Sua fotografia e arte são claras, coloridas, abertas. Toda a imagem é realmente linda. A ideia de fazer “terror” em um ambiente que só escurece por uma ou duas horas é algo extremamente criativo e que Aster conseguiu executar com maestria.
Infelizmente o roteiro deixa muito a desejar. Todo a introdução da personagem principal parece ser jogada fora a partir do meio do segundo ato. Criou-se todo um conflito e background para Dani, a protagonista, que só serviu para explicar um pouco de sua loucura. Eles tinham um conteúdo muito vasto que acabou sendo mal aproveitado.
O final do filme é conflitante. As últimas cenas devem ser vistas com uma mente aberta e tentar compreender todo o contexto na qual os personagens estão inseridos, pois caso contrário, todo o final se torna uma grande comédia. A cena pode ser tão estranha que o público começa a rir de nervoso.
Apesar dessas falhas no roteiro, vale a pena ir ver o filme apenas por sua beleza. Já para os fãs de mitologia nórdica, o filme é um prato cheio.