Após o fracasso do filme “O Legado Bourne”, protagonizado por Jeremy Renner (“Vingadores”) e dirigido por Tony Gilroy, o ator Matt Damon retorna para o lugar de onde nunca deveria ter saído. Baseado nos personagens de Robert Ludlum, o novo longa “Jason Bourne”, dirigido por Paul Greengrass, que também foi responsável por outros dois longas da franquia, “A supremacia Bourne” e “O ultimato Bourne”, traz a nostalgia dos filmes anteriores, mas, como consequência, não apresenta nenhuma grande novidade na tela.
Bourne começa o longa novamente vivendo nas sombras, até que a ex-agente da CIA Nicky Parsons (Julia Stiles) traz novas informações sobre seu passado, e que acabam envolvendo os programas da agência de inteligência que Jason tanto lutou para destruir. Após a CIA descobrir que Bourne voltou à ativa e ameaça novamente expor os novos programas, vem aquela mesma história de sempre: Jason Bourne viajando pelo mundo atrás de informações e tendo os flashbacks sobre o seu passado, e a CIA movendo toda a sua equipe para impedi-lo. Como de costume, temos perseguições que envolvem policiais, atiradores de elite da CIA, corridas em alta velocidade, e, claro, Jason Bourne conseguindo escapar de todos eles.
Novamente, temos integrantes do alto escalão da CIA envolvidos em transações financeiras milionárias não informadas, e agentes que desconfiam de seus chefes e começam a mexer os pauzinhos por conta própria para auxiliar Bourne em suas descobertas. Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa) atua no estereótipo da descrença da mulher no papel de liderança, mas que, obviamente, mostra seu valor para aqueles que desacreditaram em seu potencial.

Tivemos dois pontos muitos positivos neste filme: embora o último longa protagonizado por Matt Damon tenha sido lançado em 2007, Greengrass soube encaixar 2016 muito bem na trama, enaltecendo os principais problemas mundiais desta década. O primeiro deles é no âmbito político, onde em uma das cenas, Bourne e Parsons tentam se mesclar e trocar informações no meio de uma manifestação importante que realmente aconteceu no mundo real. O segundo aborda um dos maiores debates globais: a questão da privacidade x vigilância. Esta última acaba tendo mais destaque, pois um dos novos programas da CIA está diretamente ligado à esse empasse.
“Jason Bourne” voltou com a responsabilidade de engrandecer novamente a franquia. As cenas de ação são boas, o direcionamento do filme também, e o longa nos traz informações mais tocantes sobre a vida de Bourne, nos aproximando mais do personagem. Entretanto, traz os clichês da franquia e dos filmes de ação. De qualquer forma, vale a pena ser conferido. Até porque, Jason Bourne se lembra de tudo.
“Jason Bourne” estreia dia 28 de julho nos cinemas.