O ator David Tennant, conhecido por interpretar o Homem Púrpura na série da Marvel Jessica Jones e por ser um dos Doctor Who, comentou sobre a perseguição que a criadora de Harry Potter, J.K. Rowling, tem realizado contra pessoas trans, resultando na perda de direitos no Reino Unido.
Segundo Tennant, ele deseja que Rowling “não tenha má vontade”, mas destacou a “demonização” da comunidade trans pela autora. O jornal The Guardian relatou que o ator, que participou da adaptação cinematográfica de 2005 de Harry Potter e o Cálice de Fogo, expressou sua opinião durante o programa da ITV, The Assembly, ao responder perguntas de jovens adultos neurodivergentes. Tennant afirmou:
“J.K. Rowling é uma autora maravilhosa que criou histórias brilhantes, e eu não desejo a ela má vontade, mas espero que todos nós possamos, como sociedade, apenas deixar as pessoas em paz. Apenas saia do caminho das pessoas.”
Os comentários de Tennant surgiram após a decisão da Suprema Corte do Reino Unido de que os termos “mulher” e “sexo” se referem exclusivamente à mulher biológica e ao sexo biológico. Rowling teria doado £ 70.000 para a Women Scotland, organização que levou o caso ao tribunal, resultando na perda de direitos de milhares de pessoas trans no país.

Tennant e Rowling tornaram-se figuras centrais no debate sobre os direitos trans no Reino Unido, frequentemente gerando manchetes devido às suas visões opostas. Em junho de 2024, após a política Kemi Badenoch propor a exclusão de pessoas transgênero de espaços do mesmo sexo, Tennant declarou publicamente que ela deveria “calar a boca”. Quando Badenoch foi eleita líder de seu partido, Rowling escreveu no X que seus “pensamentos e orações” estavam com Tennant neste momento difícil.
Tennant comparou o tratamento dado às pessoas transgênero à política do governo britânico que introduziu a Seção 28 em 1988, proibindo autoridades locais de promover a homossexualidade. Ele afirmou: “Olhamos para trás agora como algo medieval e absurdo, e acho que a maneira como a comunidade trans está sendo demonizada e marginalizada é exatamente a mesma. Tornou-se um tipo de futebol político.”