A franquia Um Lugar Silencioso é uma das melhores surpresas dos últimos anos para os fãs de filmes de terror e suspense e agora embarca nos games com A Quiet Place: The Road Ahead que nos foi cedido gentilmente pela Theogames.
Os 3 filmes foram muito bem construídos e trazem uma espécie de alienígena com a audição altamente aguçada, que caça as vítimas que fazem o mínimo de barulho possível, ou seja, não façam nem um pio sequer se quiser sobreviver. Pensando nisso, a Stormind Games pensou e conseguiu captar/adaptar um game, o deixando o mais imersivo possível aos jogadores e os convidando a se sentir como nos filmes da saga.
A narrativa não é de Hollywood, mas entretêm
A Quiet Place: The Road Ahead, é um jogo furtivo e em primeira pessoa, que nos apresenta a Alex, que é uma mulher asmática, que antes de tudo acontecer, vivia uma vida comum com as pessoas que ama antes da invasão alienígena. No entanto, após esses acontecimentos, a mesma tem que ir em busca da sobrevivência e para isso o modo mais seguro é fazer silêncio.
A história em si é focada mais na Alex, a personagem que controlamos, é pouco explicado sobre a sua vida, mas ao estar explorando o game, o jogador se depara com explanações sobre a jornada da personagem, seus relacionamentos e faz a gente se envolver emocionalmente com a protagonista. Além disso, ao explorarmos os cenários, o mesmo nos dá detalhes de narrativas de pessoas que estão naquele universo assustador.
Gameplay imersiva
A Quiet Place: The Road Ahead, consegue trazer toda a imersão em sua gameplay, onde faz o jogador interagir com o ambiente em si em busca de suprimentos em gavetas e armários – interagindo com os mesmos da forma mais delicada e silenciosa possível.
O jogador ainda pode se deparar com diversos tipos de obstáculos ao longo do caminho, a personagem deve-se ter atenção a alguns detritos em meio ao cenário, como tábuas de madeira, latas, garrafas, folhas, cacos de vidro e poças de água que aparece recorrentemente na exploração ao longo dos estágios do jogo, qualquer sinal de barulho, os “Anjos da Morte” aparecem, perseguem e o matam.
Tratando-se da imersão, a produtora consegue explorar bem esse sentimento de aflição ao se mover no cenário e fazer qualquer barulho.
A depender da dificuldade do game, os jogadores têm que utilizar bem de todos os recursos, algo que é bem explorado em todos os níveis de dificuldade, a única diferença é que além do impacto dos bichos ouvirem o som com mais facilidade, os recursos se tornam mais escassos se aumentar a dificuldade. Entretanto, caso o jogador escolha o modo sobrevivente, o mesmo vai se sentir dentro do próprio universo cinematográfico de tão difícil que é sobreviver.
Respire fundo e paciência
No início da história, como havíamos informado, a Alex é asmática, dito isso, a personagem tem que buscar recursos, como remédios para as crises de asma, que geralmente ocorrem por situações estressantes, sejam físicas ou psicológicas.
Ao passar por essas crises, na tela do jogador existe um medidor, onde o jogador acompanha a saúde da Alex e em alguns momentos, principalmente os estressantes em que a protagonista se esconde dos “Anjos da Morte” ou faz esforço físico, seria o momento em que os jogadores têm que ser precisos com a Alex e respirar fundo.
No entanto, não pense que a protagonista encara os inimigos de mãos atadas, o jogador pode utilizar um fonômetro, que mostra o quanto de barulho está sendo perceptível ao alienígena e o quanto de barulho a protagonista está fazendo, além de uma lanterna, que vão te salvar em meio a escuridão de algumas fases do game.
À medida que a narrativa continua, o jogador pode interagir com alguns objetos no ambiente, como tijolos que podem ser jogados para distrair o monstro e alguns outros objetos que podem abrir atalhos para a personagem, como abrir sacos de areia, colocar tábuas – o mais silenciosamente possível, criando assim atalhos de uma área. Além de mais a frente, a Alex utiliza sinalizadores e de certos barulhos da natureza como trovões ou o barulho da água para se locomover de forma mais apressada entre os cenários.
Às vezes o jogo “facilita” para a personagem, entregando diversos suprimentos a mesma, como diversos sacos de areia, que faz o jogador pensar no caminho ideal a se tomar e não encontrar um alienígena naquela área. Além de um suprimento infinito de tijolos empilhados, que a depender da estratégia pode ajudá-los.
Cuidado com o microfone e use Headset para uma melhor experiência
Algo que acho incrível na produção de A Quiet Place: The Road Ahead, é a capacidade de ao jogar com Headset, os sons ficam mais claros, nítidos e perceptíveis – trazendo uma imersão maior.
Caso o jogador queira sentir ainda mais imersão, o título da Stormind Games tem uma tecnologia interessante, a mesma utilizada em Alien Isolation (Sega). Aos jogadores que já enfrentaram o Xenomorfo, a funcionalidade capta os barulhos que o jogador fizer no microfone que esteja adequadamente configurado nas opções e se caso os “Anjos da Morte” conseguirem ouvir, é questão de tempo até estar em cima do jogador o destroçando.
Defeitos? Todos têm
Ao jogar, notei que o título é pouco polido e tem alguns problemas ao longo da jornada da Alex – sabemos que por conta do estúdio ser pequeno, o mesmo não conseguiu polir algumas partes.
Senti que o jogo não era polido para a versão de PS5, por alguns momentos em que tinha que explorar a maioria da área para o título fazer um checkpoint, algo que se tornava frustrante, ou com a função de captura do PS5, que ao pressionar o mesmo abria o menu e entre outros problemas no PlayStation. Ainda havia alguns bugs que ocorriam ao decorrer da jogatina, no entanto, passam aos jogadores mais atentos.
Haja paciência
A Quiet Place: The Road Ahead conseguirá testar todos os limites de paciência dos jogadores, desde a abertura de uma porta até se deparar com um alienígena rondando a área. Infelizmente, não é um estilo de jogo aos jogadores que não gostam de serem furtivos.
A Quiet Place: The Road Ahead – Vale a pena?
A Quiet Place: The Road Ahead consegue trazer a experiência assustadora de estar no universo cinematográfico de Um Lugar Silencioso. A Stormind Games conseguiu entregar um bom entretenimento de 8 a 10 horas aos jogadores, trazendo emoção ao explorar a cada área, ainda que algumas vezes aparentasse cansativo ficar “pianinho” para os “Anjos da Morte” não notarem a Alex.
A personagem consegue passar um envolvimento emocional a quem encara a aventura, principalmente em pontos de aflição no título. Tratando-se de emoção, o game consegue entregar toda a angústia a cada barulho, principalmente se o jogador estiver imerso no headset e deixar a calibração do microfone personalizada.
Apesar de algumas frustrações, o game superou um pouco as minhas expectativas. Além disso, é interessante que The Road Ahead traga a sua própria abordagem de terror. Futuramente, uma atualização de correção ajudaria a polir mais o jogo, no entanto, por ser um estúdio pequeno não sabemos quando chegará a correção.
A Quiet Place: The Road Ahead consegue trazer um bom entretenimento, apesar de suas falhas, no entanto, por parte da comunidade pode-se virar uma obra cult.