Espelho, Espelho escuro, existe algo mais bizarro do que o nosso futuro? Eu honestamente acho que não. À medida que a tecnologia avança, parece que ela tem ganhado vida própria, todos os limites que a raça humana chegou a acreditar que existiam, hoje nem ousam falar deles, afinal, desapareceram diante do cibermundo no qual vivemos. Estamos cada vez mais perto de alcançar aquilo que há décadas atrás eram meras fantasias de uma sociedade em desenvolvimento, coisas que acreditaram ser possíveis dentro de umas centenas de anos, mas que estão se tornando reais em um curto espaço de tempo.
Vimos vários filmes, desenhos, séries, livros, toda a cultura do entretenimento tentar prever o que aconteceria no mundo com suas ficções cientificas malucas que já ensaiavam os avanços tecnológicos. De volta para o futuro, os Jetsons, Blade Runner, Star Treck, 2001 uma Odisseia no espaço, Minority Report, até mesmo os filmes de super heróis entre outros, ao seu modo tentaram materializar inúmeros projetos que poderiam fazer parte da humanidade, facilitando e muito nossas vidas. Nem todos se tornaram reais, como os carros voadores e a viagem no tempo, no entanto vídeo chamadas, ipads, jogos com sensor de presença e imersão na realidade virtual (rift), robôs e etc. já fazem parte da nossa rotina. A última vez que vi algo tão marcante envolvendo tecnologia, ficção e sociedade foi na série Black Mirror e me surpreendi ao perceber que o mundo está “interpretando” direitinho esse roteiro.
Black Mirror é uma das séries do momento e também uma das mais emblemáticas. Não é uma simples ficção científica e tão pouco clichê, vai além, tem um “Q” filosófico bem reflexivo e uma abordagem muito mais realista e totalmente crítica. Em um dos episódios do seriado chamado “Toda a sua história” um tipo de ship denominado grão é implantado na cabeça das pessoas possibilitando que elas gravem todas as imagens que elas veem durante o dia, bem como tudo que elas vivem, algo que fica arquivado como uma espécie de memória permanente, que pode ser posteriormente reproduzida em qualquer aparelho ou até mesmo pelos próprios olhos.
O episódio é repleto de um terror psicológico justamente porque questiona o impacto tecnológico que algo assim teria na vida do ser humano, os personagens tornam-se reféns dessa modernidade, de modo que não apenas os bons momentos ficam gravados, como as traições e os crimes. O fato é que isso poderia ser apenas uma ideia maluca da série britânica, mas, vocês já imaginaram se algo assim existisse? Se fosse real e amanhã ou depois tudo que vivemos, nossas lembranças se transformassem em um filme controlado por nós? E poderíamos assistir os melhores momentos, apagar os piores ou captar detalhes do nosso dia que passaram despercebidos? Bem, felizmente ou infelizmente, essa ideia já é um protótipo que está em teste pela Sony, com algumas diferenças.
A Sony e outras empresas gigantes do ramo estão desenvolvendo uma lente de contato capaz de fazer tudo isso e mais um pouco. A “Lente Smart” ou “Lente inteligente” terá uma câmera embutida e não só permitirá que tudo seja filmado, gravado ou até mesmo fotografado pelos olhos, como trará um poderoso zoom capaz de detectar o rosto de uma pessoa há quilômetros de distância, por exemplo, na janela de um avião (que estiver voando razoavelmente baixo, claro) ou naquele show que você está bem longe do cantor; segundo sites de tecnologia digital, o zoom terá uma precisão de quase 100% e irá funcionar como um ótimo “telescópio” para quem quiser observar a lua mais de perto. Os avanços não param por aí, a lente de contato ajudará pessoas que sofrem com algumas doenças, como diabetes, a medir o nível de glicose no sangue. A lente contará com um sensor de imagem e um sistema de tela com direito a ajustes e foco com apenas um piscar de olhos.
Bem Vindos ao Futuro, caros Leitores.
Todas as temporadas de Black Mirror estão disponíveis na Netflix.
Assista ao vídeo sobre o protótipo abaixo: