Beau Tem Medo realmente vai dar o que falar, porque é aquele tipo de filme que as pessoas amam ou odeiam. Muitas palavras podem ser usadas para descrever a obra como bizarro, insano, perturbador ou genial, inovador e criativo, mas prefiro definir Beau tem Medo como arte na sua forma mais pura, sem medo de julgamentos, honesta e brutal para quem estiver disposto a entender.
O filme é uma analogia à loucura da vida no século 21 e a forma que as pessoas agem como se fossem juízes da vida dos outros por conta da internet, ele também é um retrato de relacionamentos familiares abusivos como a maioria dos filmes do Ari Aster.
Amando ou odiando Ari Aster por conta de seus filmes muitas vezes vistos como “malucos”, não tem como negar que ele é um excelente diretor e roteirista, Beau é a maior prova disso, poucas pessoas conseguem manter a qualidade de um filme durante 3 horas. O longa em nenhum momento parece cansativo, pelo contrário durante o tempo todo ele prende totalmente a sua atenção, seja pela sua narrativa muito bem estruturada e interessante ou pela sua fotografia surrealista feita por Pawel Pogorzelski (Midsommar).
O filme pode não parecer um terror tradicional porque não dá “medo” mas ele continua sendo um filme de terror pois a intenção dele é perturbar as pessoas, e as deixar desconfortáveis, apesar de não parecer pelo trailer, ele possui sim alguns elementos tradicionais de filme de terror misturados com drama e fantasia.
Não precisa falar muita coisa do elenco do filme só pelo fato do incrível vencedor do Oscar, Joaquin Phoenix (Coringa) estar nele, o ator se supera em ser melhor em todos os filmes que faz.
Outros destaques de atuação no filme são as atrizes Amy Ryan (Only Murders in the Building) que também já foi indicada ao Oscar e Kylie Rogers (Milagres do Paraíso) que dão um verdadeiro show e os atores Richard Kind (East New York) e Denis Ménochet (As Bestas) que estão simplesmente incríveis.